tag:blogger.com,1999:blog-63161347969276687442024-03-13T17:20:49.622-03:00A Rocha, A Águasonhos gravados no concreto | matéria penetrando o invisívelEdu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.comBlogger284125tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-18011801271853916392017-12-25T08:08:00.001-02:002017-12-25T08:10:59.660-02:00What we do in life, echoes in Eternity<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf7VnvXhYuRrHDm47vDj-fTPCCG6V9LVzgrNGxKt40g9p7qYdyMjkYk7OhNRhONaaxhTobfyXCxPbxslG9PPQbWd1DDOeG90kCx3x7zHYOQ39HLjzaFdZH-idauItAp3zZrHF5X-YNmM0s/s1600/Gladiador+01.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="678" data-original-width="1600" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf7VnvXhYuRrHDm47vDj-fTPCCG6V9LVzgrNGxKt40g9p7qYdyMjkYk7OhNRhONaaxhTobfyXCxPbxslG9PPQbWd1DDOeG90kCx3x7zHYOQ39HLjzaFdZH-idauItAp3zZrHF5X-YNmM0s/s640/Gladiador+01.png" width="640" /></a></div>
<br />Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-28535485810277452332017-09-22T22:10:00.004-03:002017-10-22T06:07:10.747-02:00Pensamentos-Semente<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheEIa4Ue7aO_N-_wFPqzg1jqaOlv25W4Cd_-1xqYHE5DD9ojxEi4OyA8MrCKgc5SZ49E7_zW4uRHL56AVuavrDZ5xd2JUcz_UzhjM75imuiMTYcrC5Sf2UeXTUDDMqwHcEW4kr1taXa4kO/s1600/sol-entre-as-nuvens-em-preto-e-branco-wallpaper-15506+-+a+rocha+a+%25C3%25A1gua.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="343" data-original-width="511" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheEIa4Ue7aO_N-_wFPqzg1jqaOlv25W4Cd_-1xqYHE5DD9ojxEi4OyA8MrCKgc5SZ49E7_zW4uRHL56AVuavrDZ5xd2JUcz_UzhjM75imuiMTYcrC5Sf2UeXTUDDMqwHcEW4kr1taXa4kO/s1600/sol-entre-as-nuvens-em-preto-e-branco-wallpaper-15506+-+a+rocha+a+%25C3%25A1gua.jpg" /></a></div>
<br />
<i>O Amor se difunde do meu centro a todo o ambiente da Terra.</i><br />
<br />
<i>A Sabedoria e a atitude da compreensão, solidariedade e boa vontade se expandem no Planeta.</i><br />
<i><br /></i>
<i>A Paz nasce e cresce em nós, fluindo, alcançando e preenchendo mais e mais lugares.</i><br />
<br />
<i>A Bondade toca os nossos corações e nós a reproduzimos em nosso cotidiano. </i><br />
<br />
<i>Eu envio energias amorosas a todos, conhecidos e estranhos, do meu e de todos os países.</i><br />
<br />
<i>Eu envio energias amorosas a todos, nos planos material, emocional, mental e espiritual. </i><br />
<br />
<i>As nossas almas, unidas no Bem, transbordam, em pensamentos, palavras e ações, na realidade de um mundo que tornamos cada vez melhor. </i><br />
<br />
<br />
[A serem usados como mantras na meditação e no dia a dia]Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-67758085375597560532017-06-13T07:55:00.001-03:002017-06-18T21:56:00.691-03:00Resenha de cinema: "Algumas Garotas" (2013)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg64vt6060R4bfIJfchus25jMuhpYPb_8Mhiyx18k0aiSGl-PQNemjJsBmgju8ZnO3Dz0Ic0osnty6jwQV8TaXRiGIfCagVtIxPiihlmDmhMRsoKyDLNwUtbD32CcR1Y1T3m81Km__558b4/s1600/Some+Girl%2528s%2529+-+poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1185" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg64vt6060R4bfIJfchus25jMuhpYPb_8Mhiyx18k0aiSGl-PQNemjJsBmgju8ZnO3Dz0Ic0osnty6jwQV8TaXRiGIfCagVtIxPiihlmDmhMRsoKyDLNwUtbD32CcR1Y1T3m81Km__558b4/s400/Some+Girl%2528s%2529+-+poster.jpg" width="270" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
"Some Girl(s)"</div>
<div style="text-align: center;">
89'</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Direção:</div>
<div style="text-align: center;">
Daisy von Scherler Mayer</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Roteiro:</div>
<div style="text-align: center;">
Neil LaBute</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Baseado na peça de:</div>
<div style="text-align: center;">
Neil LaBute</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Elenco:</div>
<div style="text-align: center;">
Adam Brody, Kristen Bell, Zoe Kazan,</div>
<div style="text-align: center;">
Jennifer Morrison, Mía Maestro, Emily Watson</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>SINOPSE</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Um jovem escritor, prestes a se casar, procura, em diferentes cidades dos EUA, algumas de suas ex-namoradas, para passar a limpo seus relacionamentos antigos e reparar transgressões que cometeu.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>RESENHA</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Este filme, categorizado erroneamente como comédia em vários sites, não é um filme para diversão. É para reflexão. O que temos aqui é um drama psicológico. Um drama bastante pesado.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>| Spoilers a partir deste ponto |</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<a name='more'></a><div style="text-align: left;">
</div>
</div>
O filme narra, de maneira tortuosa, a história de um psicopata emocional – o protagonista.<br />
<br />
É um filme extremamente violento.<br />
<br />
O protagonista, viajando por várias cidades, convida cinco das mulheres com quem se envolveu no passado a encontrá-lo em hotéis, supostamente para reparar erros que cometeu quando estava com elas. Em meio a diálogos permeados por uma névoa emocional, o filme transmite, tanto pelo tom das conversas, quanto por seu conteúdo, a agressão e a dor envolvidas nas relações discutidas. O protagonista tem um modo de falar e um maneirismo que se repete, que tem pouca intensidade emocional, o que representa bem o que pode ser o caráter de uma pessoa como ele, com ausência total de sensibilidade.<br />
<br />
O aspecto emocional aflora nas ex-namoradas, que também são, em conjunto, protagonistas do filme. É através delas – não necessariamente de suas falas, que em geral aludem aos eventos traumáticos de forma entrecortada, mas do tom, do sentimento que transmitem – que percebemos a gravidade do que foi feito com elas, da qual ele parece sequer se dar conta, como o homem totalmente sem empatia que é. Suas lembranças dos fatos são vagas, superficiais, ao contrário das lembranças delas, intensamente marcadas na psique.<br />
<br />
O filme mostra, de maneira contundente, que o que fazemos aos outros, no interior das relações amorosas e sexuais, tem um efeito enorme sobre suas vidas. Mostra como é importante responsabilizar-se perante os outros. Ele aborda, especificamente, a questão do abandono.<br />
<br />
Um término deve ser feito com respeito. Na maioria das vezes, é doloroso, mas a dor pode ser amenizada se houver uma conversa honesta, para dar um ponto final. O protagonista deste filme é o caso extremo de alguém que abandona o outro sem qualquer explicação e simplesmente some. Mas, mesmo em casos menos extremos, pode haver muita dor acumulada se não há cuidado da parte dos membros do casal que está se tornando ex-casal, se não há clareza, se um não ouvir o outro. É uma dor que pode acabar sendo carregada para além da separação.<br />
<br />
Porém, o filme mostra também que, às vezes, é inútil esperar que o outro nos ajude a lidar com nossas feridas. As ex-namoradas do protagonista tiveram que procurar, sozinhas, com maior ou menor sucesso, alívio para o sofrimento que ele lhes infligiu. Seu retorno não teve nada a ver com uma tentativa de responsabilizar-se ou fazer reparação, como ele sugere - ele acaba, ao contrário, causando mais estragos, ao cutucar feridas antigas e fazer ressurgirem emoções complicadas, com as quais é difícil lidar. A princípio, parece que ele pode ter sido motivado por seu narcisismo, sua vontade de absolver a si mesmo dos abusos que cometeu, ou, o que é mais provável, medir o quanto suas ações afetaram as ex, para ter a sensação egocêntrica de ter tido e ainda ter poder e importância em suas vidas, como alimento para a própria vaidade.<br />
<br />
Mas, no final, a verdadeira (ou principal) motivação é ainda pior: ele é movido por seu desejo de encontrar material para sua escrita. O desejo de manter sua reputação de "intrépido cartografista da alma", como se gaba de ter sido descrito. Trata-se de um escritor sem imaginação e criatividade, como fica subentendido em várias falas. Um escritor que precisa ser um parasita de histórias reais, que envolvem pessoas reais. Para ter sucesso em suas coletas, ele usa os instrumentos que sempre utilizou: o abuso, a mentira e o engano.<br />
<br />
Em um momento, quando uma das ex o questiona sobre um texto que ele escreveu, que contava detalhes de seu relacionamento, ele diz que “se trata de ficção”. Mas não se trata de ficção. Trata-se de fatos verídicos com roupagem de ficção. Trata-se de usar um ser humano para ter glória e lucro.<br />
<br />
Sou escritor e essa é uma questão e tanto. Os(as) escritores(as) não têm como não basear-se na realidade que e em que vivem. Mas é necessário haver uma ética, que preserve pessoas reais de terem suas histórias sendo passadas como ficção para um público amplo. É como os homens que colocam fotos das ex-namoradas nuas na internet. A diferença é que, no caso de um escritor como o protagonista, a nudez é emocional.<br />
<br />
O propósito do filme, para mim, é o de um alerta. Vale como uma boa reflexão sobre relacionamentos amorosos, útil tanto para evitar dores futuras, quanto para compreender melhor dores passadas. Às vezes, só se pode superá-las entendendo que o outro simplesmente não se importava, não era a pessoa que achávamos que era e não merece que lhe demos importância. O que precisamos fazer é nos valorizar e nos importar com nós mesmos, independente do que foi e é feito conosco.<br />
<br />
Não considero o filme ruim, como a maioria das pessoas cujos comentários e notas vi na internet. Considero o protagonista ruim. Ruim como ser humano. Ruim no sentido de que ele não é mais do que um psicopata narcisista, que deixa muito sofrimento em seu rastro. Creio que parte do incômodo que o filme causa é devido ao fato de que temos a tendência de nos identificar com os protagonistas das histórias, e identificarmo-nos com este não é nada legal.<br />
<br />
- Definição do dicionário Houaiss de “psicopatia”:<br />
<br />
“Distúrbio mental grave em que o enfermo apresenta comportamentos antissociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou remorso, incapacidade para amar e se relacionar com outras pessoas com laços afetivos profundos, egocentrismo extremo e incapacidade de aprender com a experiência.”Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-42624136957045506792017-05-17T06:32:00.001-03:002017-06-18T22:16:42.405-03:00A busca de uma sociedade mais justa e mais equilibrada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpXdNK8MEWvmt0AiHRYmlcIbW8Oh2S2DnAbJZLTDJjhZDr7s01kcEFxxVWuWbrqoqx-qpYVXG9G_8fpmuDJtjGyHJ2xRnWABe-So29S3NHukiW4w80mUsGwrl0oovTXunlrXuxVv8CfyPh/s1600/guerra-rico-y-pobres.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpXdNK8MEWvmt0AiHRYmlcIbW8Oh2S2DnAbJZLTDJjhZDr7s01kcEFxxVWuWbrqoqx-qpYVXG9G_8fpmuDJtjGyHJ2xRnWABe-So29S3NHukiW4w80mUsGwrl0oovTXunlrXuxVv8CfyPh/s1600/guerra-rico-y-pobres.jpg" /></a></div>
<br />
Em tempos de cortes no orçamento público e reformas que penalizam os cidadãos que não fazem parte do estrato mais rico da sociedade (que pode até ser resumido, de certo modo, em mais ou menos 1% da população), há de se perguntar se é realmente justo que, numa suposta tentativa de melhorar a economia e as taxas de desemprego, use-se a tática de precarizar ainda mais a situação financeira da parte menos rica da população, ou, para dizer de outra forma, da parte mais pobre da população.<br />
<br />
Na verdade, o que os poderes políticos e econômicos instituídos desejam é aumentar ainda mais a sua já escandalosa superioridade monetária em relação ao resto do mundo (pois se trata, aqui, de um processo global).<br />
<br />
Nesse sentido, é importante lembrar o <a href="http://www.dw.com/pt-br/oito-pessoas-det%C3%AAm-riqueza-equivalente-%C3%A0-de-metade-da-popula%C3%A7%C3%A3o-mais-pobre-do-mundo/a-37144810" target="_blank">estudo</a>, <a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">(relatório original aqui)</a> apresentado neste ano (2017) no Fórum Econômico Mundial de Davos, feito pela ONG Oxfam, que, entre outras coisas, mostra que:<br />
<br />
. <a href="http://www.dw.com/pt-br/oito-pessoas-det%C3%AAm-riqueza-equivalente-%C3%A0-de-metade-da-popula%C3%A7%C3%A3o-mais-pobre-do-mundo/a-37144810" target="_blank">Oito homens brancos detêm a mesma riqueza de toda a metade mais pobre da população mundial *</a><br />
<br />
<a href="http://www.jb.com.br/economia/noticias/2017/01/16/oito-bilionarios-tem-riqueza-maior-que-a-soma-de-36-bilhoes-de-pessoas-mais-pobres/" target="_blank">. 1% da população mundial detém a mesma riqueza dos 99% restantes **</a> <br />
<br />
<div style="font-family: sans-serif; font-size: 15px; left: 102.5px; top: 360.62px; transform: scaleX(0.991468);">
</div>
<div style="font-family: sans-serif; font-size: 15px; left: 290.799px; top: 360.62px; transform: scaleX(0.99764);">
</div>
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">. Os 1.810 maiores bilionários do mundo, dos quais 89% são homens (segundo a revista Forbes), detêm a mesma riqueza dos 70% mais pobres da população mundial ***</a><br />
<br />
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">. Os 50% mais pobres do planeta detêm menos de 0,25% da riqueza mundial ****</a> <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYucxic6cZNb1G5F-hBcwSLZMYwuX3Bcni7bxXDkTQnpWNv4ajBvbJnR3TRNe3_eL3mdpOlhj2KWyhtXXBwiO30pJE8DexcNHHHjRPQ2wje3EK-rpgV3qwZiVRbwSRIKQdMxSK5n3C1JDl/s1600/Inequality-014-1220x763.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYucxic6cZNb1G5F-hBcwSLZMYwuX3Bcni7bxXDkTQnpWNv4ajBvbJnR3TRNe3_eL3mdpOlhj2KWyhtXXBwiO30pJE8DexcNHHHjRPQ2wje3EK-rpgV3qwZiVRbwSRIKQdMxSK5n3C1JDl/s640/Inequality-014-1220x763.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">* Relatório Oxfam, página 2</a><br />
<br />
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">** Relatório Oxfam, página 12</a><br />
<br />
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">*** </a><a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">Relatório Oxfam, página 5</a><br />
<br />
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">**** Relatório Oxfam, página 11</a><br />
<br />
O relatório pode ser acessado aqui:<br />
<br />
<a href="https://www.oxfam.org/sites/www.oxfam.org/files/file_attachments/bp-economy-for-99-percent-160117-pt.pdf" target="_blank">"Uma economia para os 99%"</a><br />
<br />
-<br />
<br />
<a href="http://www.dw.com/pt-br/oito-pessoas-det%C3%AAm-riqueza-equivalente-%C3%A0-de-metade-da-popula%C3%A7%C3%A3o-mais-pobre-do-mundo/a-37144810" target="_blank">Reportagem da Deutsche Welle</a>:<br />
<br />
"ao mesmo tempo em que muitos salários se encontram estagnados, as remunerações
dos presidentes e altos diretores de grandes empresas têm disparado. 'Os
investimentos em saúde e educação são cortados, enquanto as corporações
e os super-ricos reduzem ao mínimo sua contribuição fiscal'".<br />
<br />
-<br />
<br />
Dentro do sistema econômico em que vivemos, certas
profissões, cargos e posições são excessivamente mais bem recompensadas
monetariamente do que outras, de maneira injustificável, uma vez que a
carga e a importância do trabalho não são tão diferentes a ponto de
gerar tamanho abismo.<br />
<br />
O capitalismo é como um cavalo selvagem. Ele precisa ser domado para que a Humanidade caminhe com ele proveitosamente, sem risco de se machucar com coices e movimentos bruscos - e de perder o seu rumo.<br />
<br />
Caso contrário, ele pode gerar uma desigualdade tão extrema, em termos de renda, que chega a obstruir os direitos que, como civilização, decidimos que são básicos para qualquer ser humano.<br />
<br />
A maneira mais conhecida de domar o capitalismo é através das leis - particularmente, dos impostos e sua utilização na concessão de direitos sociais universais, como acesso à saúde, à instrução, a uma vida segura e à aposentadoria, e do estabelecimento de um valor mínimo para o salário de todas/todos as/os trabalhadoras/es, que lhes permita uma vida plena, do ponto de vista aquisitivo.<br />
<br />
Os impostos que deveriam compor a maior parte do montante arrecadado são os ligados à renda, como salários, lucros e dividendos, com uma gradação que incida com porcentagens cada vez maiores, à medida em que os rendimentos aumentem.<br />
<br />
Mais recursos estariam disponíveis, assim, para ser investidos nos serviços públicos referidos acima - e, também, no sistema previdenciário, que não dependeria somente das contribuições de trabalhadores e empregadores.<br />
<br />
A divisão em estratos de riqueza ainda existiria, mas a distância entre um e outro não seria tão grande (ou imensa, como é hoje).<br />
<br />
Ao mesmo tempo, o desejo do enriquecimento ou da manutenção da riqueza, que move tantos e é considerado por muitos o motor do desenvolvimento, conservaria o seu espaço - dando maior relevo, porém, à importância dos outros valores da vida.<br />
<br />
A isenção dos impostos ligados ao consumo, especialmente aos produtos mais básicos e também aos que podem proporcionar a evolução de toda a sociedade, também é justa e necessária, além de benéfica para todos os estratos sociais.<br />
<br />
Mas elaborar leis não é suficiente. <br />
<br />
Paralelamente a isso, para que os indivíduos que ocupam os cargos públicos, responsáveis pelo manejo dos recursos arrecadados, os utilizem de forma honesta e competente, é fundamental haver também uma mudança ética na sociedade como um todo.<br />
<br />
Não se pode esperar que essa mudança venha exclusivamente a partir dos/das governantes, legisladores/as e juízes/as. Afinal, eles/elas refletem e reproduzem, sob vários ângulos, o que nós somos como coletividade.<br />
<br />
A regeneração deles/delas está condicionada à de toda a população, e esta só acontecerá quando cada um de nós procurar constantemente se transformar para melhor, tanto em relação ao cumprimento das leis institucionalizadas, como também quanto ao senso de justiça e respeito nas relações cotidianas com outras pessoas, sejam próximas ou estranhas.<br />
<br />
Quando uma pessoa busca sinceramente evoluir eticamente, toda a sociedade evolui junto com ela. Toda pessoa faz diferença. Suas atitudes, comportamentos e mentalidades influenciam a maneira como o mundo caminha. E todos temos margem para tornarmo-nos seres humanos melhores, sempre.<br />
<br />
Tomando as rédeas da evolução de nossas vidas particulares, em termos de honestidade, cuidado, solidariedade, responsabilidade e respeito, estamos tomando as rédeas da evolução de nossa vida como sociedade.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-1076720783942836612017-01-03T02:50:00.001-02:002017-01-03T02:58:39.420-02:00Asa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Você é como alguém que morreu em mim<br />
e me deixou flores.<br />
<br />
Você passou, embora ainda viva,<br />
inscrevendo no espelho da minha lembrança<br />
o seu inelutável e sublime contorno.<br />
<br />
Não te contemplo como antes,<br />
mas em horas terríveis<br />
você aparece e me apazigua<br />
como se nunca houvesse ido.<br />
<br />
Você não é mais uma algema.<br />
<br />
É um furo de sol em meio às nuvens,<br />
despontando inusitadamente<br />
em dias obscuros e gelados.<br />
<br />
Você é alguém que nasceu em mim<br />
e brotou como uma asa.<br />
<div>
<br /></div>
Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-62171436282779691042016-09-30T23:03:00.002-03:002016-09-30T23:03:35.324-03:00Citação: Emmanuel"Conserva a serenidade ante as escolhas do próximo e vive a própria vida, deixando aos outros a liberdade de viver a existência que Deus lhes concedeu."<br />
<br />
<i>Calma</i><br />
(1978)<br />
<br />
Emmanuel<br />
<br />
(por Francisco Cândido Xavier)Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-20375238200384720242016-08-30T11:23:00.001-03:002016-09-30T16:05:36.568-03:00Citação: Carlos Drummond de Andrade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiXRVQbe_S0RsAZPZF51esQsHoLXJmAFEN0NFbm3qYSOQ-VuMVXQLOh5av4tpoWpVYGbH1mRR50YoyUzwMyWoNfxFh4hGw9HCKQgd6ZejKLoHJB3oMRnmssbteAZcCISKjm2RxCmRdUD87/s1600/flower-in-asphalt-carlos-caetano+c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiXRVQbe_S0RsAZPZF51esQsHoLXJmAFEN0NFbm3qYSOQ-VuMVXQLOh5av4tpoWpVYGbH1mRR50YoyUzwMyWoNfxFh4hGw9HCKQgd6ZejKLoHJB3oMRnmssbteAZcCISKjm2RxCmRdUD87/s400/flower-in-asphalt-carlos-caetano+c.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
A Flor e a Náusea<br />
<br />
Preso à minha classe e a algumas roupas,<br />
vou de branco pela rua cinzenta.<br />
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.<br />
Devo seguir até o enjoo?<br />
Posso, sem armas, revoltar-me?<br />
<br />
Olhos sujos no relógio da torre:<br />
Não, o tempo não chegou de completa justiça.<br />
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.<br />
O tempo pobre, o poeta pobre<br />
fundem-se no mesmo impasse.<br />
<br />
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.<br />
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.<br />
O sol consola os doentes e não os renova.<br />
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.<br />
<br />
Vomitar esse tédio sobre a cidade.<br />
Quarenta anos e nenhum problema<br />
resolvido, sequer colocado.<br />
Nenhuma carta escrita nem recebida.<br />
Todos os homens voltam para casa.<br />
Estão menos livres, mas levam jornais<br />
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.<br />
<br />
Crimes da terra, como perdoá-los?<br />
Tomei parte em muitos, outros escondi.<br />
Alguns achei belos, foram publicados.<br />
Crimes suaves, que ajudam a viver.<br />
Ração diária de erro, distribuída em casa.<br />
Os ferozes padeiros do mal.<br />
Os ferozes leiteiros do mal.<br />
<br />
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.<br />
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.<br />
Porém meu ódio é o melhor de mim.<br />
Com ele me salvo<br />
e dou a poucos uma esperança mínima.<br />
<br />
Uma flor nasceu na rua!<br />
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.<br />
Uma flor ainda desbotada<br />
ilude a polícia, rompe o asfalto.<br />
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,<br />
garanto que uma flor nasceu.<br />
<br />
Sua cor não se percebe.<br />
Suas pétalas não se abrem.<br />
Seu nome não está nos livros.<br />
É feia. Mas é realmente uma flor.<br />
<br />
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde<br />
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.<br />
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.<br />
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.<br />
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.<br />
<br />
<i>A rosa do povo</i><br />
(1945)<br />
<br />
Carlos Drummond de Andrade<br />
(1902-1987)<br />
<br />
_________________________________________________________________<br />
<br />
Este é o poema, na íntegra, que foi recitado por Fernanda Montenegro e Judi Dench na cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-7784350193378194672016-07-14T17:39:00.001-03:002017-10-15T03:53:15.743-02:00O ar cristalino<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB6GHgt7pnQta2Lh_AoXLAoQ0bmRVVO5t-9kUTHjar1zIZpnQA7P3PmOe43FADLmDbS6d9Qh23OzEIDI9rQUDroaae992a9DX5LOYRHD3cGCYeqEGZY2VIiu0iV3H2AkNbIAb71YG7E0b9/s1600/ar+cristalino+-+los+mundos+superiores+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="385" data-original-width="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB6GHgt7pnQta2Lh_AoXLAoQ0bmRVVO5t-9kUTHjar1zIZpnQA7P3PmOe43FADLmDbS6d9Qh23OzEIDI9rQUDroaae992a9DX5LOYRHD3cGCYeqEGZY2VIiu0iV3H2AkNbIAb71YG7E0b9/s1600/ar+cristalino+-+los+mundos+superiores+3.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Sempre houve diferenças entre seus pais. As brigas ocasionais, ao longo dos dezessete anos de sua existência, o incomodavam muito. Era como se, antes de nascer, tivesse vivido em uma espécie de comunidade alternativa utópica, em que só paz e amor pudessem ter lugar.<br />
<br />
Nos tempos recentes, o volume habitual das discussões vinha aumentando, assim como a frequência e a passionalidade. Até os xingamentos, muito espaçados anteriormente, agora se reproduziam de maneira estarrecedora.<br />
<br />
O garoto ouvia as mesmas ofensas nas conversas da família, dos amigos e dos colegas. Eram idênticas às que se multiplicavam nas redes sociais e na mídia. Todos pareciam tomados pelo mesmo vírus, que apenas escolhia palavras diferentes para disseminar seu veneno nos organismos.<br />
<br />
Por algum motivo, ele parecia imune à epidemia. Mas com tanta balbúrdia por todos os lados, mal encontrava brecha para se expressar. E, após testemunhar tantas disputas, imerso na onipresença de opiniões exacerbadas, tinha o que dizer. Não era muito, mas resolveu que aproveitaria todas as chances verdadeiras que se apresentassem.<br />
<br />
Esgueirando-se pelas pessoas com quem cruzava, buscando aberturas nos ouvidos que passavam a seu alcance, foi conseguindo falar.<br />
<br />
“Vocês querem as mesmas coisas. Querem uma vida melhor para vocês e para todos. Isso é o que importa. Talvez um esteja com a razão, talvez o outro, ou talvez os dois tenham um pouco, a seu modo. Mas enquanto se ocuparem com apontar o dedo uns para os outros, se esquecerão do essencial, que é a humanidade compartilhada por todos nós.”<br />
<br />
Sua voz nem sempre penetrava nos ouvidos, trancados pelo lado de dentro. Às vezes entrava por um e saía por outro, sem ser registrada. Mas o vento a transportava a todos os que se abriam a ela. Em alguns, sua doçura exercia um efeito calmante. Em outros, estimulava o discernimento, apresentando uma perspectiva diferente, ou acendia uma luz de esperança. Mas sempre, de maneira misteriosa, parecia limpar o ar. Até os seus próprios ouvidos passavam a ouvir melhor, já que não era mais preciso gritar para ser entendido.<br />
<br />
O garoto se contentava com dizer e ouvir, no humilde alcance das vozes, aceitando que mais do que isso estava além do seu controle. Ele se lembrava de Fernando Pessoa. Estava experimentando de uma nova forma as palavras dele:<br />
<br />
“Só de ouvir passar o vento vale a pena ter nascido”.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-13575268129483259772016-07-07T21:37:00.001-03:002016-07-10T17:21:29.777-03:00Nós, nossas opiniões e o diálogo verdadeiroMuitas vezes, confundimos nossas crenças e opiniões com nós mesmos (de maneira consciente ou inconsciente). Quando fazemos isso, ao expressar nossos pontos de vista, nos sentimos ofendidos ou irritados quando outros discordam de nós, como se o nosso valor como indivíduos (especialmente nossa inteligência) dependesse de estarmos certos ou errados a respeito de algum assunto – que, muitas vezes, envolve inúmeros fatores e perspectivas, tendo como consequência um alto grau de subjetividade. Então, ficamos sempre com os nervos à flor da pele, prestes a nos enraivecer logo que alguém diga algo diferente de nossas próprias crenças.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-_hYXNXu4MfuOg-1GkpAClDGCwD_QP-iLmscdvJhzvtH0JREzzPQqOcqyPV7c5mWhypd2IfSjASwlo_yi7z60chp7u1KJ2bxc8lQE7if8RN0dF6Jei3tsPd6v-7GQWJ9RzekzpxpbrWkw/s1600/observation-argument-truth.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-_hYXNXu4MfuOg-1GkpAClDGCwD_QP-iLmscdvJhzvtH0JREzzPQqOcqyPV7c5mWhypd2IfSjASwlo_yi7z60chp7u1KJ2bxc8lQE7if8RN0dF6Jei3tsPd6v-7GQWJ9RzekzpxpbrWkw/s320/observation-argument-truth.jpg" width="320" /></a></div>
A diferenciação clara entre o que somos e o que pensamos é algo que pode trazer muita serenidade. Fazendo essa distinção, nos tornamos capazes de ouvir as opiniões discordantes de outras pessoas, sem a tendência de nos irritarmos com elas, já que não achamos que elas estão nos agredindo ou menosprezando nossa inteligência. Estão apenas dizendo o que pensam, tendo como base não só o raciocínio, mas também suas trajetórias de vida, experiências e temperamentos – fatores que inevitavelmente se misturam às concepções de todos nós e contribuem para formar nossa visão de mundo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Isso não significa que devemos sempre concordar com os outros, abandonando nossas próprias crenças e opiniões. É importante pensar por si mesmo, exercendo a faculdade do discernimento e da reflexão. Porém, com a consciência de sermos imperfeitos, e, portanto, sujeitos também a crenças e opiniões equivocadas, podemos nos abrir ao que o outro diz e considerar com calma e atenção seus pontos de vista. Podemos fazer isso sem medo, pois já temos consciência de que não somos nossas opiniões, e de que somos capazes de mudá-las, caso venhamos a perceber que eram equivocadas. A disposição de mudar de ideia é um elemento da inteligência, pois somos seres em constante movimento, sempre podendo evoluir de muitas formas.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQSFy-lzoCfR4RbteouEIZvduME84R7686LA_IqLSFkepUAZgpfKGkncOjpF2R8imYIOFW7THr_cqME7L2eZIoyiaStpEeynWhnwHmKKX_h26OUX_q2td-FgbkAcmswdvk58VZVygx6Bsa/s1600/pensar-por-si-mesmo-dialogo-liberdade-de-expresso-22-638.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQSFy-lzoCfR4RbteouEIZvduME84R7686LA_IqLSFkepUAZgpfKGkncOjpF2R8imYIOFW7THr_cqME7L2eZIoyiaStpEeynWhnwHmKKX_h26OUX_q2td-FgbkAcmswdvk58VZVygx6Bsa/s400/pensar-por-si-mesmo-dialogo-liberdade-de-expresso-22-638.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Ao mesmo tempo, dependendo do caso, se houver a percepção de alguma abertura por parte do outro, podemos, através de argumentos lógicos e embasados, tentar fazê-lo questionar-se e rever suas opiniões.<br />
<br />
Se não somos nossas crenças e opiniões, o que somos então?<br />
<br />
Somos seres complexos e multidimensionais, e é difícil, se não impossível, apresentar uma definição completa. Mas creio que, em grande medida, somos nossos valores e as atitudes que tomamos a partir deles.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXdPKTZyQKYxGJeaCKR6QabvsE7c7ISPiKRYdeNaXxZXYXGhmograuamyeIJxUB6DkFJjbHvUuqsbwD3AxaRQIsKRKsfhoHvbvjsRu4ZI8ffYoi1bBbVSMvY6rHmQSrKTcSEBF-Qm3y0jl/s1600/mistica_etica_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXdPKTZyQKYxGJeaCKR6QabvsE7c7ISPiKRYdeNaXxZXYXGhmograuamyeIJxUB6DkFJjbHvUuqsbwD3AxaRQIsKRKsfhoHvbvjsRu4ZI8ffYoi1bBbVSMvY6rHmQSrKTcSEBF-Qm3y0jl/s320/mistica_etica_1.jpg" width="320" /></a></div>
Muitas pessoas compartilham (ou pretendem compartilhar) valores como a solidariedade, o amor, a honestidade, a busca de justiça e de sabedoria, a determinação, a fé, a compreensão, o perdão, a paz, o respeito, a vontade de melhorar sempre.<br />
<br />
Mas talvez, neste ou naquele momento da nossa caminhada, estejamos adotando opiniões e crenças que, se pensarmos bem, não são condizentes com nossos valores. Não somos infalíveis, nossa capacidade de raciocínio não é absoluta. E pode ser que, justamente numa conversa com outra pessoa, passemos a perceber essa distância entre nossas opiniões, nossas atitudes e nossos valores. Podemos refletir sobre o que ela diz, não para concordar imediatamente, mas para, ponderando com cuidado, clarear nossa mente e nosso pensamento. Nesse sentido, a serenidade conquistada contribui muito para fazer avaliações mais razoáveis e precisas.<br />
<br />
E então podemos, ou mudar de opinião, ou perceber com mais fundamento e convicção que o que pensávamos era mesmo a opinião condizente com nossos valores. Dessa forma podemos, ou chegar a um consenso ou, mantendo o respeito mútuo, estabelecer uma discordância com paz, sem estarmos sujeitos a estresse, irritação, desentendimentos e desgaste emocional, pois não encaramos o diálogo como uma disputa em que, ao final, um lado vence e o outro perde. Pois, no diálogo produtivo, todos podemos ganhar. Basta lembrar sempre de nossa dignidade humana essencial, assim como a do outro.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-sWj1e1_WlEkGGLMS9BeC20RE-096zH1oiM4aVet9ptk8tXP1tDC3Je3sRTXiAnVgkL3IqfttduuSiaAIzmB_24C-D2TaEOMDOKM8DpqCR3tNTfi5tpb40Ywd1A2TFBV_fz0Wm70MzGAN/s1600/handshake_revised_01_860.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-sWj1e1_WlEkGGLMS9BeC20RE-096zH1oiM4aVet9ptk8tXP1tDC3Je3sRTXiAnVgkL3IqfttduuSiaAIzmB_24C-D2TaEOMDOKM8DpqCR3tNTfi5tpb40Ywd1A2TFBV_fz0Wm70MzGAN/s320/handshake_revised_01_860.png" width="320" /></a></div>
O diálogo verdadeiro é um ideal difícil de atingir, provavelmente impossível em plenitude, mas como toda utopia, pode servir como norte e busca. Empenhar-se para ir em sua direção já é um grande bem.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-63165677161751641702016-07-02T16:06:00.001-03:002016-07-17T10:55:44.574-03:00O ônibus e o pincel<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibpDx1qHUYFYfI4vuG34u_Z0gB5Ats_4y5C8RPNmp5n_vJmwzOmK_eYOVP9dszYBokKS_aQ6dnP4HinZ6Y8HV5CshTa9foCCaLXvpYHGpOeklVsgt_cUUOWdky-slmI7Z6X0NSeRuzuV5Q/s1600/vulto+-+noite+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibpDx1qHUYFYfI4vuG34u_Z0gB5Ats_4y5C8RPNmp5n_vJmwzOmK_eYOVP9dszYBokKS_aQ6dnP4HinZ6Y8HV5CshTa9foCCaLXvpYHGpOeklVsgt_cUUOWdky-slmI7Z6X0NSeRuzuV5Q/s640/vulto+-+noite+2.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
O ponto estava vazio. Era possível ouvir o ronco dos motores dos carros solitários a uma longa distância. Uma agulha caindo no chão teria o impacto de uma bolsa cheia de pedras durante o dia. Ela rezava, olhando constantemente à sua volta, da maneira mais discreta possível.<br />
<br />
Um vulto surgiu virando a esquina. Vinha com passos lentos em sua direção. Ela se paralisou. Espiava agora com o canto dos olhos. A batida dos pés ganhava volume e sua respiração se alterava na mesma proporção.<br />
<br />
A poucos metros de distância, o vulto parou. Mais próximo do asfalto, tinha as costas viradas para ela. O coração ainda latejava. Minutos passavam como se fossem horas.<br />
<br />
Um ônibus despontou ao longe, resvalando-lhe esperança. Não era o seu. O homem de costas também não deu sinal. Virou-se para o seu lado e, lentamente, sentou-se, a um metro de distância, sem olhar para ela.<br />
<br />
Mais um ronco alto. Ela ansiava pelos números certos. Tinha a sensação de carregar uma cartela de loteria. Ganhar seria um improvável golpe de sorte. Quando o seu transporte chegou, à revelia de seus receios, ela finalmente venceu. Uma vitória com gosto amargo, beirando o insignificante em uma luta imensurável.<br />
<br />
Aliviada, dentro do coletivo, lembrou-se da amiga de sua irmã. Resolveu, ali mesmo, mudar de ideia e aceitar seu convite. Já tinha cartolina e pincel atômico em casa, e sabia o que escrever.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-82635577186526304372016-06-30T02:33:00.001-03:002016-07-17T11:12:39.588-03:00A retomada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6QlM8xgyxzCWRRvpNjJWmfq_0hbDa61Oq9ZDwUwAT69P89QtmKoxTfgq9GL0Mk2Dw5gaGJN9rYQ2VbT6P4e_M1Iepf1rTB7IUbj302GCqeKHvX6XZVjHIrg41Jre91OG5Zgo3aWAgC8vz/s1600/honeycomb+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="322" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6QlM8xgyxzCWRRvpNjJWmfq_0hbDa61Oq9ZDwUwAT69P89QtmKoxTfgq9GL0Mk2Dw5gaGJN9rYQ2VbT6P4e_M1Iepf1rTB7IUbj302GCqeKHvX6XZVjHIrg41Jre91OG5Zgo3aWAgC8vz/s640/honeycomb+2.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
A colmeia invadida oscila.<br />
<br />
As vespas, atordoadas<br />
e febris, zunem<br />
sob o ataque imprevisto,<br />
enquanto o visco<br />
amarelo e preto<br />
se derrete sobre o chão.<br />
<br />
As abelhas se reúnem<br />
nos arredores, enquanto<br />
operárias corajosas<br />
penetram o cerne<br />
da fortaleza, abrindo<br />
vias para as companheiras<br />
de cores natas e sãs.<br />
<br />
O ar infestado vai dando lugar<br />
ao cheiro de mel, enquanto<br />
o barulho do ocaso<br />
prenuncia a sonoridade<br />
da conquistada manhã.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-72918383372651140762016-06-05T23:31:00.001-03:002017-06-18T22:10:15.485-03:00Resenha de Cinema: "Casamento de Verdade" (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivR54h7fx7wygttCjoZ3Tf3IXf3ey-8l9wGIdyF_XhFG_xVRZxU8OkLWVfkksKmA6uEVNu5rIlChOsmY-whmgQXxm1XACW9xek6zoTbdJGXvC4gzaBKYxum35RnRNL_1qphdxOBkSxBC-I/s1600/Jenny%2527s+Wedding+-+00+-+Poster+Brasileiro+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivR54h7fx7wygttCjoZ3Tf3IXf3ey-8l9wGIdyF_XhFG_xVRZxU8OkLWVfkksKmA6uEVNu5rIlChOsmY-whmgQXxm1XACW9xek6zoTbdJGXvC4gzaBKYxum35RnRNL_1qphdxOBkSxBC-I/s320/Jenny%2527s+Wedding+-+00+-+Poster+Brasileiro+2.jpg" width="217" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
"Jenny's Wedding"</div>
<div style="text-align: center;">
94'</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Direção e Roteiro: </div>
<div style="text-align: center;">
Mary Agnes Donoghue</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Elenco: </div>
<div style="text-align: center;">
Katherine Heigl, Linda Emond, Tom Wilkinson, </div>
<div style="text-align: center;">
Grace Gummer, Alexis Bledel</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>SINOPSE</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Jenny está em um relacionamento amoroso sério com uma mulher há cinco anos, e resolve se casar. O problema é que ela vem escondendo sua homossexualidade da família por toda a sua vida. Ela terá que enfrentar o desafio e as consequências de finalmente se assumir.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>RESENHA</b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
“Casamento de Verdade” não é um filme sobre a história de amor de um casal, mas sobre a história de amor de uma mulher com sua família – especialmente seu pai e sua mãe.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>| Spoilers a partir deste ponto |</b></div>
<br />
<a name='more'></a>Embora fale-se cada vez mais abertamente a respeito dela, a homossexualidade ainda é um tabu. O pai de Jenny diz a ela, quando ela se revela: “Não é que eu esteja vivendo no passado, não estou. Sei que os tempos mudaram. Qualquer coisa vale hoje. Eu leio os jornais, eu assisto à televisão”. Mas a televisão mostra coisas distantes (ou aparentemente distantes), e muitas pessoas não estão preparadas para quando a realidade chega mais perto. No bairro da família de Jenny, nunca houve homossexuais, ou (como afirma o pai) se houve, foram embora sem que se ficasse sabendo.<br />
<br />
O segredo da homossexualidade de Jenny passa por vários níveis. Ela não conta para a mãe e o pai, e mente durante anos, por temer sua reação. Quando finalmente conta, os dois, por sua vez, não querem contar para os outros, por temerem o “falar pelas costas”. A princípio, parece que é apenas a mãe que quer esconder a realidade, mas mais adiante percebemos que esse também é o desejo do pai, que ele simplesmente não conseguiu expressar – talvez nem para si mesmo.<br />
<br />
“O que as pessoas vão dizer?” é uma preocupação que tem um exemplo extremo quando envolve um tabu, mas, no fim das contas, é uma questão que todos somos levados a enfrentar. Todos queremos ser aceitos, pela família, pelos amigos, pela comunidade, e o medo da rejeição pode ser devastador para pessoas na situação de Jenny, sua mãe e seu pai. Muitas vezes, como uma espécie de mecanismo de defesa, rejeita-se o outro antes mesmo de ser rejeitado, como ilustra o caso do irmão de Jenny. Ela temia sua rejeição e se distanciou, deixando de ter a oportunidade de saber que ele seria o mais acolhedor de todos.<br />
<br />
Ela repete esse comportamento com o pai, quando afirma que se eles não a aceitarem ela nunca mais os procurará e não sentirá sua falta – o que claramente, tendo em vista a intensidade com que a questão mexe com ela, não é verdade. Isso é confirmado ao longo de cenas seguintes, como no provador da loja de vestidos e na ocasião do aniversário do pai. Por ter passado anos reprimindo a verdade de quem ela é para a família, por temer a rejeição, e provavelmente, em algum nível, rejeitando a si mesma, ao decidir aceitar-se, o faz explosivamente e com risco de derrubar pontes preciosas.<br />
<br />
Mas é exatamente aquilo de que sua mãe tinha medo – falarem mal dela pelas costas – o que catalisa sua aceitação definitiva da filha. Ela presencia as condenações furtivas das pessoas que tinha como amigas e não suporta ouvi-las ofender a sua filha, que é cheia de virtudes e quer apenas ser feliz em uma relação plena com a pessoa que ama. Finalmente se dá conta de que perder o amor que compartilha com a filha é muito pior do que ser rejeitada por pessoas mesquinhas.<br />
<br />
O catalisador da aceitação, para o pai, é o seu amigo de infância, com quem trabalha desde o início de suas carreiras. Fica claro que esse amigo conhece Jenny e sabe que ela é uma boa pessoa. Aos poucos, por perceber que tudo de ruim que poderia pensar antes a respeito de homossexuais não passava de preconceito e ignorância, mudou seu ponto de vista. O ideal seria o pai de Jenny mudar o seu por si mesmo, mas estava sofrendo demais para conseguir. Aí se mostra a importância de ter amigos verdadeiros. A opinião do amigo é algo valioso, e o ajuda a se libertar da prisão em que havia se trancado. A prisão em que não existe mais amor entre pai e filha. Ou melhor dizendo: em que o amor entre os dois, que sempre existiu e sempre existirá, não flui mais, ficando estancado dentro de cada um, com todos os danos que isso pode causar.<br />
<br />
Quanto à personagem da noiva de Jenny, senti falta de uma participação maior. Não seria para contar a história de amor das duas, mas sim a história de como o casal se integra à família de Jenny. Não há praticamente nenhum diálogo entre Kitty e a família de sua noiva. Isso é compreensível em relação ao pai, já que ele aparece apenas em cima da hora do casamento, mas creio que uma personagem como essa teria uma importância muito maior no processo de conflito e reconciliação do que o que foi exposto no filme. Mesmo os diálogos entre as duas não revelam com profundidade a intimidade e a cumplicidade que seriam de se esperar com cinco anos de relacionamento, e que certamente seriam de grande valor para Jenny no período narrado no filme. O casamento é um ritual que marca o fato de que pessoas se tornaram parte das famílias das outras, para o bem ou para o mal (ou as duas coisas). A noiva de Jenny é uma parte tão importante dessa nova família quanto a sua família original, e a integração de ambas é algo muito relevante para ser deixado de lado.<br />
<br />
Espero que filmes como este contribuam para que esse tema deixe de ser um tabu, para que mais pessoas possam perceber que orientação sexual não tem nada a ver com caráter, e para que famílias sejam poupadas de passar por tanto sofrimento devido à cegueira do preconceito.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-26090117772043513482016-05-19T06:33:00.001-03:002017-06-18T22:06:24.837-03:00Resenha de Cinema: "Frances Ha" (2012)<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkgdKHdAWbuPBJEkLFUTsjyNWv_-XG169bKy9o8QHBnyknwTte8y0wK4enZRjqDhEUXwqNj4vjrp3tAhby-mgWqeJj7Ql5u4q-aOIRfMebUjmRbevoyK0svTsTahYzifklQsq19s6q6K5r/s1600/Frances+Ha+-+Poster+em+Portugu%25C3%25AAs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkgdKHdAWbuPBJEkLFUTsjyNWv_-XG169bKy9o8QHBnyknwTte8y0wK4enZRjqDhEUXwqNj4vjrp3tAhby-mgWqeJj7Ql5u4q-aOIRfMebUjmRbevoyK0svTsTahYzifklQsq19s6q6K5r/s320/Frances+Ha+-+Poster+em+Portugu%25C3%25AAs.jpg" width="222" /></a></div>
<br />
"Frances Ha"<br />
86'<br />
<br />
Direção:<br />
Noah Baumbach<br />
<br />
Roteiro:<br />
Noah Baumbach e Greta Gerwig<br />
<br />
Elenco:<br />
Greta Gerwig, Mickey Sumner, Michael Zegen<br />
<br />
<b>| Contém Spoilers |</b></div>
<br />
<a name='more'></a><br />
Frances Ha é um filme que fala sobre a busca de um lugar. Seja a um endereço, a um trabalho ou a uma relação, Frances parece não pertencer, movendo-se sem ter o leme da própria vida, indo e vindo como numa dança aleatória e inconstante. Ela se ilude quanto às possibilidades de ser bem sucedida na profissão, dá às suas amizades um valor maior do que a outra pessoa provavelmente dá, não consegue uma fonte de renda estável ou suficiente para se manter em um apartamento.<br />
<br />
Frances é uma alma ingênua, das que saem correndo e dançando pelas calçadas. É a sonhadora que se atrapalha com a vida prática, mal conseguindo pagar uma conta de restaurante, mesmo tendo dinheiro para isso. Ao mesmo tempo em que pode ser sagaz e poética, demonstra imaturidade em muito do que diz e em muitas de suas decisões. É possessiva com a melhor amiga, o que leva ao desentendimento entre as duas. Após descobrir que ela vai se mudar para o exterior e ouvir histórias sobre Paris, durante um jantar, resolve fazer uma viagem de um fim de semana à cidade, precisando se endividar.<br />
<br />
Mas, quando se dá conta de que a vida perfeita só existe nas redes sociais, de que não é mais uma estudante, de que o tempo passou, a ponto de não ser mais uma loucura ficar grávida, ela percebe que é necessário encontrar um caminho e pôr os pés no chão, mesmo que seja áspero como o asfalto. É possível assumir as imperfeições da vida, com suas frustrações e dificuldades, e continuar rindo e dançando em torno do chafariz, transformando o que parecem ser erros em uma coreografia de costuras. O lugar não precisa ser o do encaixe perfeito. Às vezes está tudo bem não caber direito. Sempre dá para dobrar.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-59253451732162404642016-05-14T18:10:00.003-03:002017-06-18T22:05:50.126-03:00Resenha de Cinema: "O Grande Truque" (2006)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgelsxSRewYwE5tj2FLkSBK7D8gYan5ZwcaNfOByjWRLGNTtCzm9VPqz6aMdUFaOknRkXsza6M4UxKw-JOp91RiASVxZa0ghrBtGB_bmD5Vyk7mEPbwVyErtDBTLCbW1gTkCBZ4UpDbd2Tk/s1600/O+Grande+Truque.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgelsxSRewYwE5tj2FLkSBK7D8gYan5ZwcaNfOByjWRLGNTtCzm9VPqz6aMdUFaOknRkXsza6M4UxKw-JOp91RiASVxZa0ghrBtGB_bmD5Vyk7mEPbwVyErtDBTLCbW1gTkCBZ4UpDbd2Tk/s320/O+Grande+Truque.jpg" width="217" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
"The Prestige"</div>
<div style="text-align: center;">
130'</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Direção:</div>
<div style="text-align: center;">
Christopher Nolan</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Roteiro:</div>
<div style="text-align: center;">
Jonathan Nolan, Christopher Nolan</div>
<div style="text-align: center;">
Christopher Priest (Romance) </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Elenco:</div>
<div style="text-align: center;">
Christian Bale, Hugh Jackman,</div>
<div style="text-align: center;">
Scarlett Johansson, Michael Caine, David Bowie </div>
<br />
Várias pessoas se decepcionaram com <i>O Grande Truque</i>, por terem descoberto os truques na metade do filme. Porém, para mim, o que o ele oferece vai além da descoberta desses truques.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>| Spoilers a partir deste ponto |</b></div>
<br />
<a name='more'></a><br />
O fundamental, aqui, é a personalidade dos protagonistas e a relação entre os dois. É a carga emocional que se inicia com a ambição desmedida de Borden, que leva à morte da namorada de Angier e ao seu consequente rancor, igualmente desmedido. É o processo da obsessão que têm de descobrir o "segredo" um do outro, de superar pela inteligência um ao outro, de obter mais aplausos e mais fama do que o outro. São personagens extremos, sim, em seus ressentimentos, em sua vaidade, em seu orgulho, e têm um no outro a razão para a própria existência. De certo modo, são os gêmeos e clones um do outro, como a moeda de duas caras com que Borden presenteia o garoto da plateia, que chora porque sabe que um pássaro morreu, para que seu irmão aparecesse em seu lugar. Exatamente como um Angier morre afogado em cada apresentação e como um dos Borden morre enforcado na prisão.<br />
<br />
Os sacrifícios que ambos fazem em prol da sua obsessão terminam em morte e vazio, seja dos próprios ilusionistas ou das pessoas que lhes são íntimas. No entanto, é espantoso observar até onde vai a sua persistência e determinação. No caso de Borden, para viver a sua arte, duas pessoas sacrificam a própria individualidade por uma vida inteira, amando sempre pela metade, um dia sim, um dia não. Angier não tem um momento de paz, abdica de uma vida afetiva e passa, vez após vez, pela agonia do afogamento, sempre muito distante de se sentir em casa, como indica Cutter no final.<br />
<br />
Certamente não são personagens modelo. Na verdade, são imaturos e até perversos. Mas são muito interessantes em sua insanidade, fortes e fracos ao mesmo tempo.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>| Fim dos Spoilers |</b></div>
<br />
Toda a parte técnica do filme, cenografia, figurino, maquiagem, fotografia, é excelente. E, acima de tudo, a interpretação dos atores e atrizes é magistral, conferindo aos papéis a densidade requerida, sem a qual o filme não funcionaria.<br />
<br />
Aqueles que assistirem ao filme se focando somente no segredo dos truques possivelmente ficarão decepcionados, mas quem quiser assistir a um filme que explora, em seus extremos, a psique humana, tem chances maiores de gostar.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-22222310401645814852016-05-10T15:29:00.001-03:002017-06-18T22:09:07.460-03:00Resenha de Cinema: "Françoise" (2001), de Rafael Conde<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
Assisti a este curta-metragem pela primeira vez na Mostra de Tiradentes, em 2002, e ele me impactou muito, com seus intensos vinte e poucos minutos. Anteontem o revi e o abalo foi o mesmo.</div>
</div>
<br />
A riqueza psicológica da protagonista é imensa.<b> </b><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>| Spoilers a partir deste ponto |</b></div>
<br />
<a name='more'></a><br />
Dá para se perder mergulhando em seus devaneios, suas percepções, suas impressões, suas emoções. É tudo muito forte. A música minimalista, que se confunde com os sons da rodoviária, expressa magistralmente a solidão e a angústia reprimida desta personagem que consegue transformar tudo ao seu redor em sonho e poesia.<br />
<br />
O alheamento desta alma errante que vaga numa rodoviária esperando um ônibus que nunca vai chegar, procurando em estranhos um substituto para uma ausência irreversível, tentando trazer a vida de volta através de palavras que se movem, é pungente, inquietante e sublime, ao mesmo tempo.<br />
<br />
Há tantas frases maravilhosas que Françoise diz, que é impossível escolher qual é a mais bonita ou sugestiva.<br />
<br />
"Aí me deu vontade de ir lá, mas não pelas águas ou pelas pessoas, mas pela música."<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/3H3ZrY8WwaM/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/3H3ZrY8WwaM?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
O curta se baseou no conto de mesmo nome, presente no livro</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Tarde da noite</i> (1970), de Luiz Vilela</div>
Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-73088484196514822202016-05-07T17:12:00.000-03:002016-07-04T02:11:33.679-03:00O reino das miopiasNeste reino incompreendido,<br />
todos os espaços são distantes.<br />
<br />
No chão torto que pisamos,<br />
prisioneiro da névoa,<br />
oscilam olhos frágeis<br />
que erram na busca<br />
e tudo o que encontram<br />
são figuras de Monet.<br />
<br />
Contentem-se, olhos desprovidos,<br />
com a acuidade que lhes foi concedida,<br />
guardem a humildade de suas restrições.<br />
<br />
Aproveitem que,<br />
no reino das miopias,<br />
os olhos podem se tornar<br />
mãos estendidas em dádiva,<br />
e a dádiva é tudo o que portarão.<br />
<br />
Olhos cerrados<br />
arranham as pestanas<br />
e inflamam as palmas,<br />
escapam do erro<br />
caindo no nada.<br />
<br />
Deleitem-se<br />
na visão imperfeita,<br />
nos dedos a florescer,<br />
nas peles que se tocam<br />
e não se penetram.<br />
<br />
Neste reino,<br />
desdenhar a miopia<br />
é ser cego no despenhadeiro.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-74741105377317297452016-04-30T23:50:00.000-03:002016-07-04T02:11:53.341-03:00Atravessar o vazioA beleza,<br />
inventário das experiências,<br />
se ergue, se curva e me bate,<br />
como um tapa num rosto sonolento,<br />
com a força dos recém-nascidos.<br />
<br />
É esquivo o norte<br />
no atalho mal iluminado<br />
do solo da ilusão.<br />
<br />
Com passos bambos,<br />
na relutante vivência<br />
da excruciante contradição,<br />
avisto as peles que se tocam<br />
e jamais se atravessam.<br />
<br />
Sem poder escapar<br />
da penosa dualidade,<br />
elas se desviram e desdobram,<br />
sem apoio e sem efeito,<br />
só lhes restando consolar-se<br />
no espaço entre duas visões.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-14368933886555916832016-04-25T14:28:00.001-03:002016-07-04T02:12:11.413-03:00Sou mais feliz<br />
quando estou triste<br />
por ser fiel<br />
aos meus valores<br />
do que se me alegrasse<br />
ao esquecê-los.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-41164811643795961912016-03-18T18:21:00.001-03:002016-03-18T19:00:42.729-03:00Citação: N. Sri Ram"Deveríamos ter seriedade de propósito, e ao mesmo tempo uma atitude de serenidade relaxada e feliz."<br />
<br />
<i>Pensamentos para aspirantes ao caminho espiritual</i>.<br />
<br />
N. Sri Ram<br />
<br />
- Capítulo XX<br />
<br />
_________________________________________________________________<br />
<br />
A "seriedade de propósito", que (na minha interpretação), poderia ser traduzida como firmeza, assertividade e foco, teria seus objetivos prejudicados, caso o nervosismo e a irritação a acompanhassem.<br />
<br />
Muitas vezes, agimos sob o domínio da raiva e da agitação emocional, e isso acaba dificultando a realização dos propósitos que almejamos.<br />
<br />
A serenidade ajuda a mente a pensar melhor, a raciocinar com mais precisão, a ver com mais clareza a amplitude e a complexidade das questões, oferecendo a possibilidade de fazer análises e reflexões a partir de várias perspectivas.<br />
<br />
É com clareza e equilíbrio que as melhores decisões são tomadas. Ter o domínio das próprias emoções permite que as ações sejam mais efetivas, pois podem ser executadas a partir de bases e argumentações mais sólidas.<br />
<br />
O pensamento raivoso dá margem a buracos na consistência das afirmações, e leva a ações que mais destroem do que constroem, contribuindo pouco ou nada para a evolução dos indivíduos e da sociedade.<br />
<br />
- Que possamos ser uma sociedade mais serena, equilibrada e respeitosa à diferença. Essas são qualidades que fortalecem argumentos e ações, contribuindo para o diálogo produtivo e para construir bases mais justas e eticamente harmônicas para as interações coletivas, fluindo firmemente para a melhora permanente das condições de vida de todos.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-68977019081627427872016-02-29T14:35:00.001-03:002016-03-18T19:01:11.113-03:00Citação: Eckhart Tolle"A verdadeira riqueza é a radiante alegria do Ser e a profunda e inabalável paz que dela advém."<br />
<br />
<i>O poder do agora</i><br />
(1997)<br />
<br />
Eckhart Tolle<br />
(1948- )<br />
<br />
_________________________________________________________________<br />
<br />
A "radiante alegria do Ser" é a única sobre a qual temos total controle, pois depende de uma atitude pessoal, independente de qualquer circunstância.<br />
<br />
Quando cultivamos essa alegria, somos mais produtivos e realizados, encontrando vitalidade no
trabalho e nas relações, tendo maiores chances de alcançar
tanto a riqueza proposta por Tolle, quanto a prosperidade material.<br />
<br />
Ela pode proporcionar o vigor, a energia, a força e a coragem para dar passos para a construção de uma sociedade mais fraterna, com uma distribuição mais equilibrada de recursos e valores, na busca de bem-estar e qualidade de vida para todos. <br />
<br />
A alegria e a paz profunda e inabalável podem ser encontradas, dentro de cada um de nós, quando conquistamos o poder de orientar as nossas próprias emoções e pensamentos, através do autodomínio e da serenidade. Exercendo esse autodomínio, elas podem ser alcançadas e estabilizadas, desde que haja prática, confiança, comprometimento e paciência.<br />
<br />
Deve ser lembrado que vivemos em uma realidade em que o movimento é constante, o que torna a estabilidade sempre relativa. O que podemos fazer é tornar as flutuações mais suaves, adquirindo um estado de espírito habitual, firme e equilibrado.<br />
<br />
É preciso, também, respeitar a escolha de cada um. Não há obrigação nenhuma para todos seguirem o mesmo caminho. Existem muitos caminhos, e a liberdade de se sentir e se expressar como se deseja é um direito inalienável, nos limites da ética e do respeito.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-58489614726210270262016-02-16T13:17:00.001-02:002016-02-16T13:19:37.967-02:00Citação: Adriana Lisboa"E havia aquelas palavras em carne viva que Maria Inês e Clarice nunca trocavam. Seus pais lhes haviam ensinado o silêncio e o segredo. Determinadas realidades não eram dizíveis. Nem mesmo pensáveis. As coisas ali eram regidas por um mecanismo muito particular capaz de apanhar a infelicidade em seu percurso entre vísceras e artérias e fabricar-lhe uma máscara de pedra. Então Maria Inês continuava guardando aquelas palavras sangrentas e cuidando para que doessem o mínimo possível."<br />
<br />
<br />
<i>Sinfonia em branco</i><br />
(2001)<br />
<br />
Adriana Lisboa<br />
(1970- )<br />
<br />
_________________________________________________________________<br />
<br />
O perigo das palavras não ditas. Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-6414445712254884332016-02-07T11:01:00.001-02:002016-07-04T02:12:35.184-03:00Movimento em peloEle se evade pelos poros<br />
e fendas dos dedos mínimas,<br />
como o rio que se atira<br />
e abala, em respingos alados,<br />
o poço plácido e quieto,<br />
irrompendo um novo curso.<br />
<br />
Não é próprio<br />
da fúria de sua fluência<br />
estorvar-se nos diques<br />
de rotas e arrefecimentos.<br />
<br />
Nele não sobrevivem líquens,<br />
seu fluxo é pesado<br />
como o tempo que tudo carrega<br />
em seu dorso nu,<br />
capturando e devolvendo,<br />
absorvendo e decantando.<br />
<br />
Sua fonte é segredo do terreno,<br />
sua única posse é o movimento.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-3108718677506303912016-01-20T17:10:00.001-02:002016-07-12T13:58:42.092-03:00PresenteEla aprende a se doar<br />
sem correr o risco de pertencer,<br />
pois o tempo do pertencimento passou.<br />
<br />
Ela agora pertence a si mesma<br />
e ao dom que experimenta e reverencia<br />
na arcada do céu e nos cânions,<br />
rio-via de raios infinitos.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-61362229418761829202016-01-16T21:22:00.001-02:002016-01-16T21:22:49.351-02:00Citação: Ingmar Bergman"Quarta, 3 de setembro.<br />
<br />
O cheiro do outono enche o ar claro e parado, mas é suave e delicado. Minhas irmãs Karin e Maria vieram me ver. É maravilhoso estarmos juntas de novo, como antigamente, e eu me sinto muito melhor. Até conseguimos fazer uma caminhada juntas. Foi um acontecimento para mim, sobretudo porque não saio há tanto tempo. De repente, começamos a rir e a correr em direção ao balanço, que não víamos desde a nossa infância. Nós nos sentamos nele como três boas irmãs e Anna nos balançou, devagar e delicadamente. Todas as minhas dores se foram. As pessoas que eu mais amo em todo o mundo estavam comigo. Eu podia ouvi-las conversando ao meu redor. Podia sentir a presença dos seus corpos, o calor das suas mãos. Queria prender aquele momento fugaz e pensei:<br />
<br />
- Haja o que houver, isto é felicidade. Não posso desejar nada melhor. Agora, por alguns minutos, posso viver a perfeição. E eu me sinto profundamente grata à minha vida, que me dá tanto."<br />
<br />
<i>Gritos e Sussurros</i><br />
(1972)<br />
<br />
Ingmar Bergman<br />
(1918-2007)Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6316134796927668744.post-18587942637518014932016-01-11T20:16:00.001-02:002016-07-04T02:13:00.107-03:00A esperança é uma rebeldiaDiante do quadro pouco hospitaleiro<br />
que se desenha áspero aos nossos olhos<br />
e nos envolve como uma crisálida opressora,<br />
a esperança é uma rebeldia,<br />
resistindo com força dilacerada,<br />
e por isso não plena,<br />
atravessada pelo cenário inclemente<br />
da ferida universal.<br />
<br />
Sejamos rebeldes,<br />
com o peito furado,<br />
avançando rumo ao fogo cruzado<br />
com o escudo da paz,<br />
alvejando fraternidade e<br />
desafiando, com gestos de afeto,<br />
a desolação que se quer vencedora.Edu Caféhttp://www.blogger.com/profile/15798980643409772755noreply@blogger.com0