N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond
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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Pensamentos-Semente
O Amor se difunde do meu centro a todo o ambiente da Terra.
A Sabedoria e a atitude da compreensão, solidariedade e boa vontade se expandem no Planeta.
A Paz nasce e cresce em nós, fluindo, alcançando e preenchendo mais e mais lugares.
A Bondade toca os nossos corações e nós a reproduzimos em nosso cotidiano.
Eu envio energias amorosas a todos, conhecidos e estranhos, do meu e de todos os países.
Eu envio energias amorosas a todos, nos planos material, emocional, mental e espiritual.
As nossas almas, unidas no Bem, transbordam, em pensamentos, palavras e ações, na realidade de um mundo que tornamos cada vez melhor.
[A serem usados como mantras na meditação e no dia a dia]
quarta-feira, 17 de maio de 2017
A busca de uma sociedade mais justa e mais equilibrada
Em tempos de cortes no orçamento público e reformas que penalizam os cidadãos que não fazem parte do estrato mais rico da sociedade (que pode até ser resumido, de certo modo, em mais ou menos 1% da população), há de se perguntar se é realmente justo que, numa suposta tentativa de melhorar a economia e as taxas de desemprego, use-se a tática de precarizar ainda mais a situação financeira da parte menos rica da população, ou, para dizer de outra forma, da parte mais pobre da população.
Na verdade, o que os poderes políticos e econômicos instituídos desejam é aumentar ainda mais a sua já escandalosa superioridade monetária em relação ao resto do mundo (pois se trata, aqui, de um processo global).
Nesse sentido, é importante lembrar o estudo, (relatório original aqui) apresentado neste ano (2017) no Fórum Econômico Mundial de Davos, feito pela ONG Oxfam, que, entre outras coisas, mostra que:
. Oito homens brancos detêm a mesma riqueza de toda a metade mais pobre da população mundial *
. 1% da população mundial detém a mesma riqueza dos 99% restantes **
. Os 50% mais pobres do planeta detêm menos de 0,25% da riqueza mundial ****
* Relatório Oxfam, página 2
** Relatório Oxfam, página 12
*** Relatório Oxfam, página 5
**** Relatório Oxfam, página 11
O relatório pode ser acessado aqui:
"Uma economia para os 99%"
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Reportagem da Deutsche Welle:
"ao mesmo tempo em que muitos salários se encontram estagnados, as remunerações dos presidentes e altos diretores de grandes empresas têm disparado. 'Os investimentos em saúde e educação são cortados, enquanto as corporações e os super-ricos reduzem ao mínimo sua contribuição fiscal'".
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Dentro do sistema econômico em que vivemos, certas profissões, cargos e posições são excessivamente mais bem recompensadas monetariamente do que outras, de maneira injustificável, uma vez que a carga e a importância do trabalho não são tão diferentes a ponto de gerar tamanho abismo.
O capitalismo é como um cavalo selvagem. Ele precisa ser domado para que a Humanidade caminhe com ele proveitosamente, sem risco de se machucar com coices e movimentos bruscos - e de perder o seu rumo.
Caso contrário, ele pode gerar uma desigualdade tão extrema, em termos de renda, que chega a obstruir os direitos que, como civilização, decidimos que são básicos para qualquer ser humano.
A maneira mais conhecida de domar o capitalismo é através das leis - particularmente, dos impostos e sua utilização na concessão de direitos sociais universais, como acesso à saúde, à instrução, a uma vida segura e à aposentadoria, e do estabelecimento de um valor mínimo para o salário de todas/todos as/os trabalhadoras/es, que lhes permita uma vida plena, do ponto de vista aquisitivo.
Os impostos que deveriam compor a maior parte do montante arrecadado são os ligados à renda, como salários, lucros e dividendos, com uma gradação que incida com porcentagens cada vez maiores, à medida em que os rendimentos aumentem.
Mais recursos estariam disponíveis, assim, para ser investidos nos serviços públicos referidos acima - e, também, no sistema previdenciário, que não dependeria somente das contribuições de trabalhadores e empregadores.
A divisão em estratos de riqueza ainda existiria, mas a distância entre um e outro não seria tão grande (ou imensa, como é hoje).
Ao mesmo tempo, o desejo do enriquecimento ou da manutenção da riqueza, que move tantos e é considerado por muitos o motor do desenvolvimento, conservaria o seu espaço - dando maior relevo, porém, à importância dos outros valores da vida.
A isenção dos impostos ligados ao consumo, especialmente aos produtos mais básicos e também aos que podem proporcionar a evolução de toda a sociedade, também é justa e necessária, além de benéfica para todos os estratos sociais.
Mas elaborar leis não é suficiente.
Paralelamente a isso, para que os indivíduos que ocupam os cargos públicos, responsáveis pelo manejo dos recursos arrecadados, os utilizem de forma honesta e competente, é fundamental haver também uma mudança ética na sociedade como um todo.
Não se pode esperar que essa mudança venha exclusivamente a partir dos/das governantes, legisladores/as e juízes/as. Afinal, eles/elas refletem e reproduzem, sob vários ângulos, o que nós somos como coletividade.
A regeneração deles/delas está condicionada à de toda a população, e esta só acontecerá quando cada um de nós procurar constantemente se transformar para melhor, tanto em relação ao cumprimento das leis institucionalizadas, como também quanto ao senso de justiça e respeito nas relações cotidianas com outras pessoas, sejam próximas ou estranhas.
Quando uma pessoa busca sinceramente evoluir eticamente, toda a sociedade evolui junto com ela. Toda pessoa faz diferença. Suas atitudes, comportamentos e mentalidades influenciam a maneira como o mundo caminha. E todos temos margem para tornarmo-nos seres humanos melhores, sempre.
Tomando as rédeas da evolução de nossas vidas particulares, em termos de honestidade, cuidado, solidariedade, responsabilidade e respeito, estamos tomando as rédeas da evolução de nossa vida como sociedade.
quinta-feira, 14 de julho de 2016
O ar cristalino
Sempre houve diferenças entre seus pais. As brigas ocasionais, ao longo dos dezessete anos de sua existência, o incomodavam muito. Era como se, antes de nascer, tivesse vivido em uma espécie de comunidade alternativa utópica, em que só paz e amor pudessem ter lugar.
Nos tempos recentes, o volume habitual das discussões vinha aumentando, assim como a frequência e a passionalidade. Até os xingamentos, muito espaçados anteriormente, agora se reproduziam de maneira estarrecedora.
O garoto ouvia as mesmas ofensas nas conversas da família, dos amigos e dos colegas. Eram idênticas às que se multiplicavam nas redes sociais e na mídia. Todos pareciam tomados pelo mesmo vírus, que apenas escolhia palavras diferentes para disseminar seu veneno nos organismos.
Por algum motivo, ele parecia imune à epidemia. Mas com tanta balbúrdia por todos os lados, mal encontrava brecha para se expressar. E, após testemunhar tantas disputas, imerso na onipresença de opiniões exacerbadas, tinha o que dizer. Não era muito, mas resolveu que aproveitaria todas as chances verdadeiras que se apresentassem.
Esgueirando-se pelas pessoas com quem cruzava, buscando aberturas nos ouvidos que passavam a seu alcance, foi conseguindo falar.
“Vocês querem as mesmas coisas. Querem uma vida melhor para vocês e para todos. Isso é o que importa. Talvez um esteja com a razão, talvez o outro, ou talvez os dois tenham um pouco, a seu modo. Mas enquanto se ocuparem com apontar o dedo uns para os outros, se esquecerão do essencial, que é a humanidade compartilhada por todos nós.”
Sua voz nem sempre penetrava nos ouvidos, trancados pelo lado de dentro. Às vezes entrava por um e saía por outro, sem ser registrada. Mas o vento a transportava a todos os que se abriam a ela. Em alguns, sua doçura exercia um efeito calmante. Em outros, estimulava o discernimento, apresentando uma perspectiva diferente, ou acendia uma luz de esperança. Mas sempre, de maneira misteriosa, parecia limpar o ar. Até os seus próprios ouvidos passavam a ouvir melhor, já que não era mais preciso gritar para ser entendido.
O garoto se contentava com dizer e ouvir, no humilde alcance das vozes, aceitando que mais do que isso estava além do seu controle. Ele se lembrava de Fernando Pessoa. Estava experimentando de uma nova forma as palavras dele:
“Só de ouvir passar o vento vale a pena ter nascido”.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Nós, nossas opiniões e o diálogo verdadeiro
Muitas vezes, confundimos nossas crenças e opiniões com nós mesmos (de maneira consciente ou inconsciente). Quando fazemos isso, ao expressar nossos pontos de vista, nos sentimos ofendidos ou irritados quando outros discordam de nós, como se o nosso valor como indivíduos (especialmente nossa inteligência) dependesse de estarmos certos ou errados a respeito de algum assunto – que, muitas vezes, envolve inúmeros fatores e perspectivas, tendo como consequência um alto grau de subjetividade. Então, ficamos sempre com os nervos à flor da pele, prestes a nos enraivecer logo que alguém diga algo diferente de nossas próprias crenças.
A diferenciação clara entre o que somos e o que pensamos é algo que pode trazer muita serenidade. Fazendo essa distinção, nos tornamos capazes de ouvir as opiniões discordantes de outras pessoas, sem a tendência de nos irritarmos com elas, já que não achamos que elas estão nos agredindo ou menosprezando nossa inteligência. Estão apenas dizendo o que pensam, tendo como base não só o raciocínio, mas também suas trajetórias de vida, experiências e temperamentos – fatores que inevitavelmente se misturam às concepções de todos nós e contribuem para formar nossa visão de mundo.
Isso não significa que devemos sempre concordar com os outros, abandonando nossas próprias crenças e opiniões. É importante pensar por si mesmo, exercendo a faculdade do discernimento e da reflexão. Porém, com a consciência de sermos imperfeitos, e, portanto, sujeitos também a crenças e opiniões equivocadas, podemos nos abrir ao que o outro diz e considerar com calma e atenção seus pontos de vista. Podemos fazer isso sem medo, pois já temos consciência de que não somos nossas opiniões, e de que somos capazes de mudá-las, caso venhamos a perceber que eram equivocadas. A disposição de mudar de ideia é um elemento da inteligência, pois somos seres em constante movimento, sempre podendo evoluir de muitas formas.
Ao mesmo tempo, dependendo do caso, se houver a percepção de alguma abertura por parte do outro, podemos, através de argumentos lógicos e embasados, tentar fazê-lo questionar-se e rever suas opiniões.
Se não somos nossas crenças e opiniões, o que somos então?
Somos seres complexos e multidimensionais, e é difícil, se não impossível, apresentar uma definição completa. Mas creio que, em grande medida, somos nossos valores e as atitudes que tomamos a partir deles.
Muitas pessoas compartilham (ou pretendem compartilhar) valores como a solidariedade, o amor, a honestidade, a busca de justiça e de sabedoria, a determinação, a fé, a compreensão, o perdão, a paz, o respeito, a vontade de melhorar sempre.
Mas talvez, neste ou naquele momento da nossa caminhada, estejamos adotando opiniões e crenças que, se pensarmos bem, não são condizentes com nossos valores. Não somos infalíveis, nossa capacidade de raciocínio não é absoluta. E pode ser que, justamente numa conversa com outra pessoa, passemos a perceber essa distância entre nossas opiniões, nossas atitudes e nossos valores. Podemos refletir sobre o que ela diz, não para concordar imediatamente, mas para, ponderando com cuidado, clarear nossa mente e nosso pensamento. Nesse sentido, a serenidade conquistada contribui muito para fazer avaliações mais razoáveis e precisas.
E então podemos, ou mudar de opinião, ou perceber com mais fundamento e convicção que o que pensávamos era mesmo a opinião condizente com nossos valores. Dessa forma podemos, ou chegar a um consenso ou, mantendo o respeito mútuo, estabelecer uma discordância com paz, sem estarmos sujeitos a estresse, irritação, desentendimentos e desgaste emocional, pois não encaramos o diálogo como uma disputa em que, ao final, um lado vence e o outro perde. Pois, no diálogo produtivo, todos podemos ganhar. Basta lembrar sempre de nossa dignidade humana essencial, assim como a do outro.
O diálogo verdadeiro é um ideal difícil de atingir, provavelmente impossível em plenitude, mas como toda utopia, pode servir como norte e busca. Empenhar-se para ir em sua direção já é um grande bem.
A diferenciação clara entre o que somos e o que pensamos é algo que pode trazer muita serenidade. Fazendo essa distinção, nos tornamos capazes de ouvir as opiniões discordantes de outras pessoas, sem a tendência de nos irritarmos com elas, já que não achamos que elas estão nos agredindo ou menosprezando nossa inteligência. Estão apenas dizendo o que pensam, tendo como base não só o raciocínio, mas também suas trajetórias de vida, experiências e temperamentos – fatores que inevitavelmente se misturam às concepções de todos nós e contribuem para formar nossa visão de mundo.
Ao mesmo tempo, dependendo do caso, se houver a percepção de alguma abertura por parte do outro, podemos, através de argumentos lógicos e embasados, tentar fazê-lo questionar-se e rever suas opiniões.
Se não somos nossas crenças e opiniões, o que somos então?
Somos seres complexos e multidimensionais, e é difícil, se não impossível, apresentar uma definição completa. Mas creio que, em grande medida, somos nossos valores e as atitudes que tomamos a partir deles.
Muitas pessoas compartilham (ou pretendem compartilhar) valores como a solidariedade, o amor, a honestidade, a busca de justiça e de sabedoria, a determinação, a fé, a compreensão, o perdão, a paz, o respeito, a vontade de melhorar sempre.
Mas talvez, neste ou naquele momento da nossa caminhada, estejamos adotando opiniões e crenças que, se pensarmos bem, não são condizentes com nossos valores. Não somos infalíveis, nossa capacidade de raciocínio não é absoluta. E pode ser que, justamente numa conversa com outra pessoa, passemos a perceber essa distância entre nossas opiniões, nossas atitudes e nossos valores. Podemos refletir sobre o que ela diz, não para concordar imediatamente, mas para, ponderando com cuidado, clarear nossa mente e nosso pensamento. Nesse sentido, a serenidade conquistada contribui muito para fazer avaliações mais razoáveis e precisas.
E então podemos, ou mudar de opinião, ou perceber com mais fundamento e convicção que o que pensávamos era mesmo a opinião condizente com nossos valores. Dessa forma podemos, ou chegar a um consenso ou, mantendo o respeito mútuo, estabelecer uma discordância com paz, sem estarmos sujeitos a estresse, irritação, desentendimentos e desgaste emocional, pois não encaramos o diálogo como uma disputa em que, ao final, um lado vence e o outro perde. Pois, no diálogo produtivo, todos podemos ganhar. Basta lembrar sempre de nossa dignidade humana essencial, assim como a do outro.
O diálogo verdadeiro é um ideal difícil de atingir, provavelmente impossível em plenitude, mas como toda utopia, pode servir como norte e busca. Empenhar-se para ir em sua direção já é um grande bem.
sábado, 2 de julho de 2016
O ônibus e o pincel
O ponto estava vazio. Era possível ouvir o ronco dos motores dos carros solitários a uma longa distância. Uma agulha caindo no chão teria o impacto de uma bolsa cheia de pedras durante o dia. Ela rezava, olhando constantemente à sua volta, da maneira mais discreta possível.
Um vulto surgiu virando a esquina. Vinha com passos lentos em sua direção. Ela se paralisou. Espiava agora com o canto dos olhos. A batida dos pés ganhava volume e sua respiração se alterava na mesma proporção.
A poucos metros de distância, o vulto parou. Mais próximo do asfalto, tinha as costas viradas para ela. O coração ainda latejava. Minutos passavam como se fossem horas.
Um ônibus despontou ao longe, resvalando-lhe esperança. Não era o seu. O homem de costas também não deu sinal. Virou-se para o seu lado e, lentamente, sentou-se, a um metro de distância, sem olhar para ela.
Mais um ronco alto. Ela ansiava pelos números certos. Tinha a sensação de carregar uma cartela de loteria. Ganhar seria um improvável golpe de sorte. Quando o seu transporte chegou, à revelia de seus receios, ela finalmente venceu. Uma vitória com gosto amargo, beirando o insignificante em uma luta imensurável.
Aliviada, dentro do coletivo, lembrou-se da amiga de sua irmã. Resolveu, ali mesmo, mudar de ideia e aceitar seu convite. Já tinha cartolina e pincel atômico em casa, e sabia o que escrever.
quinta-feira, 30 de junho de 2016
A retomada
A colmeia invadida oscila.
As vespas, atordoadas
e febris, zunem
sob o ataque imprevisto,
enquanto o visco
amarelo e preto
se derrete sobre o chão.
As abelhas se reúnem
nos arredores, enquanto
operárias corajosas
penetram o cerne
da fortaleza, abrindo
vias para as companheiras
de cores natas e sãs.
O ar infestado vai dando lugar
ao cheiro de mel, enquanto
o barulho do ocaso
prenuncia a sonoridade
da conquistada manhã.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
sexta-feira, 18 de março de 2016
Citação: N. Sri Ram
"Deveríamos ter seriedade de propósito, e ao mesmo tempo uma atitude de serenidade relaxada e feliz."
Pensamentos para aspirantes ao caminho espiritual.
N. Sri Ram
- Capítulo XX
_________________________________________________________________
A "seriedade de propósito", que (na minha interpretação), poderia ser traduzida como firmeza, assertividade e foco, teria seus objetivos prejudicados, caso o nervosismo e a irritação a acompanhassem.
Muitas vezes, agimos sob o domínio da raiva e da agitação emocional, e isso acaba dificultando a realização dos propósitos que almejamos.
A serenidade ajuda a mente a pensar melhor, a raciocinar com mais precisão, a ver com mais clareza a amplitude e a complexidade das questões, oferecendo a possibilidade de fazer análises e reflexões a partir de várias perspectivas.
É com clareza e equilíbrio que as melhores decisões são tomadas. Ter o domínio das próprias emoções permite que as ações sejam mais efetivas, pois podem ser executadas a partir de bases e argumentações mais sólidas.
O pensamento raivoso dá margem a buracos na consistência das afirmações, e leva a ações que mais destroem do que constroem, contribuindo pouco ou nada para a evolução dos indivíduos e da sociedade.
- Que possamos ser uma sociedade mais serena, equilibrada e respeitosa à diferença. Essas são qualidades que fortalecem argumentos e ações, contribuindo para o diálogo produtivo e para construir bases mais justas e eticamente harmônicas para as interações coletivas, fluindo firmemente para a melhora permanente das condições de vida de todos.
Pensamentos para aspirantes ao caminho espiritual.
N. Sri Ram
- Capítulo XX
_________________________________________________________________
A "seriedade de propósito", que (na minha interpretação), poderia ser traduzida como firmeza, assertividade e foco, teria seus objetivos prejudicados, caso o nervosismo e a irritação a acompanhassem.
Muitas vezes, agimos sob o domínio da raiva e da agitação emocional, e isso acaba dificultando a realização dos propósitos que almejamos.
A serenidade ajuda a mente a pensar melhor, a raciocinar com mais precisão, a ver com mais clareza a amplitude e a complexidade das questões, oferecendo a possibilidade de fazer análises e reflexões a partir de várias perspectivas.
É com clareza e equilíbrio que as melhores decisões são tomadas. Ter o domínio das próprias emoções permite que as ações sejam mais efetivas, pois podem ser executadas a partir de bases e argumentações mais sólidas.
O pensamento raivoso dá margem a buracos na consistência das afirmações, e leva a ações que mais destroem do que constroem, contribuindo pouco ou nada para a evolução dos indivíduos e da sociedade.
- Que possamos ser uma sociedade mais serena, equilibrada e respeitosa à diferença. Essas são qualidades que fortalecem argumentos e ações, contribuindo para o diálogo produtivo e para construir bases mais justas e eticamente harmônicas para as interações coletivas, fluindo firmemente para a melhora permanente das condições de vida de todos.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Citação: Eckhart Tolle
"A verdadeira riqueza é a radiante alegria do Ser e a profunda e inabalável paz que dela advém."
O poder do agora
(1997)
Eckhart Tolle
(1948- )
_________________________________________________________________
A "radiante alegria do Ser" é a única sobre a qual temos total controle, pois depende de uma atitude pessoal, independente de qualquer circunstância.
Quando cultivamos essa alegria, somos mais produtivos e realizados, encontrando vitalidade no trabalho e nas relações, tendo maiores chances de alcançar tanto a riqueza proposta por Tolle, quanto a prosperidade material.
Ela pode proporcionar o vigor, a energia, a força e a coragem para dar passos para a construção de uma sociedade mais fraterna, com uma distribuição mais equilibrada de recursos e valores, na busca de bem-estar e qualidade de vida para todos.
A alegria e a paz profunda e inabalável podem ser encontradas, dentro de cada um de nós, quando conquistamos o poder de orientar as nossas próprias emoções e pensamentos, através do autodomínio e da serenidade. Exercendo esse autodomínio, elas podem ser alcançadas e estabilizadas, desde que haja prática, confiança, comprometimento e paciência.
Deve ser lembrado que vivemos em uma realidade em que o movimento é constante, o que torna a estabilidade sempre relativa. O que podemos fazer é tornar as flutuações mais suaves, adquirindo um estado de espírito habitual, firme e equilibrado.
É preciso, também, respeitar a escolha de cada um. Não há obrigação nenhuma para todos seguirem o mesmo caminho. Existem muitos caminhos, e a liberdade de se sentir e se expressar como se deseja é um direito inalienável, nos limites da ética e do respeito.
O poder do agora
(1997)
Eckhart Tolle
(1948- )
_________________________________________________________________
A "radiante alegria do Ser" é a única sobre a qual temos total controle, pois depende de uma atitude pessoal, independente de qualquer circunstância.
Quando cultivamos essa alegria, somos mais produtivos e realizados, encontrando vitalidade no trabalho e nas relações, tendo maiores chances de alcançar tanto a riqueza proposta por Tolle, quanto a prosperidade material.
Ela pode proporcionar o vigor, a energia, a força e a coragem para dar passos para a construção de uma sociedade mais fraterna, com uma distribuição mais equilibrada de recursos e valores, na busca de bem-estar e qualidade de vida para todos.
A alegria e a paz profunda e inabalável podem ser encontradas, dentro de cada um de nós, quando conquistamos o poder de orientar as nossas próprias emoções e pensamentos, através do autodomínio e da serenidade. Exercendo esse autodomínio, elas podem ser alcançadas e estabilizadas, desde que haja prática, confiança, comprometimento e paciência.
Deve ser lembrado que vivemos em uma realidade em que o movimento é constante, o que torna a estabilidade sempre relativa. O que podemos fazer é tornar as flutuações mais suaves, adquirindo um estado de espírito habitual, firme e equilibrado.
É preciso, também, respeitar a escolha de cada um. Não há obrigação nenhuma para todos seguirem o mesmo caminho. Existem muitos caminhos, e a liberdade de se sentir e se expressar como se deseja é um direito inalienável, nos limites da ética e do respeito.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
A esperança é uma rebeldia
Diante do quadro pouco hospitaleiro
que se desenha áspero aos nossos olhos
e nos envolve como uma crisálida opressora,
a esperança é uma rebeldia,
resistindo com força dilacerada,
e por isso não plena,
atravessada pelo cenário inclemente
da ferida universal.
Sejamos rebeldes,
com o peito furado,
avançando rumo ao fogo cruzado
com o escudo da paz,
alvejando fraternidade e
desafiando, com gestos de afeto,
a desolação que se quer vencedora.
que se desenha áspero aos nossos olhos
e nos envolve como uma crisálida opressora,
a esperança é uma rebeldia,
resistindo com força dilacerada,
e por isso não plena,
atravessada pelo cenário inclemente
da ferida universal.
Sejamos rebeldes,
com o peito furado,
avançando rumo ao fogo cruzado
com o escudo da paz,
alvejando fraternidade e
desafiando, com gestos de afeto,
a desolação que se quer vencedora.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Planto ao redor estas sementes
Eu vejo acolhimento e hospitalidade.
Eu vejo compartilhamento e distribuição.
Eu vejo cordialidade genuína.
Eu vejo o estabelecimento da paz.
Eu vejo justiça e restituição.
Eu vejo o bem na liderança.
Eu vejo a fraternidade universal.
Eu alcanço,
dentre a miríade dos fatos,
a luz que teimosamente
se intromete no breu.
Não fujo da floresta incendiada;
tento ser como o beija-flor
de Wangari Maathai,
vivendo a esperança como quem,
num vai e vem, busca as gotas no rio
e as deixa pingar nas folhas crestadas.
Eu vejo compartilhamento e distribuição.
Eu vejo cordialidade genuína.
Eu vejo o estabelecimento da paz.
Eu vejo justiça e restituição.
Eu vejo o bem na liderança.
Eu vejo a fraternidade universal.
Eu alcanço,
dentre a miríade dos fatos,
a luz que teimosamente
se intromete no breu.
Não fujo da floresta incendiada;
tento ser como o beija-flor
de Wangari Maathai,
vivendo a esperança como quem,
num vai e vem, busca as gotas no rio
e as deixa pingar nas folhas crestadas.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Tradução
A verdade é um diamante impolido
de infinitas faces espelhadas.
Há que dar-lhe a volta
para traduzir sua totalidade evasiva
e seus reflexos glamorosos.
(cada giro, novas imagens)
Tradutores se diferenciam;
algo se perde.
Não há como penetrar o diamante
sem o quebrar
ou abarcar a simultaneidade
de seu volátil deslumbramento.
. Tributo ao depoimento de José Saramago no filme Janela da Alma.
de infinitas faces espelhadas.
Há que dar-lhe a volta
para traduzir sua totalidade evasiva
e seus reflexos glamorosos.
(cada giro, novas imagens)
Tradutores se diferenciam;
algo se perde.
Não há como penetrar o diamante
sem o quebrar
ou abarcar a simultaneidade
de seu volátil deslumbramento.
. Tributo ao depoimento de José Saramago no filme Janela da Alma.
domingo, 31 de maio de 2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
Absorção
Mergulho na essência dos ideais,
observando, com olhos de aprendiz,
sua fauna desconhecida e poderosa.
O fôlego, nesta água, é escasso;
anoto, mentalmente, a figura nobre
das cores em nitidez ancestral.
Voltando à superfície pela areia,
recebo nos poros o sol gerador,
maturando o broto das ações futuras.
observando, com olhos de aprendiz,
sua fauna desconhecida e poderosa.
O fôlego, nesta água, é escasso;
anoto, mentalmente, a figura nobre
das cores em nitidez ancestral.
Voltando à superfície pela areia,
recebo nos poros o sol gerador,
maturando o broto das ações futuras.
sexta-feira, 13 de março de 2015
A saúde e a solidariedade
A coletividade,
caminhando
como uma criança,
de mãos dadas
com cada uma de suas células,
carrega em sua marcha
a síntese dos sentimentos,
propósitos e realizações
dos seres que a compõem.
A saúde
é a harmonia do corpo,
cada órgão pulsando
em consonância,
instaurando
um organismo genuíno,
beleza que brota
da feliz união
de todos os raios
da fonte luminosa.
O pulso de saúde,
do indivíduo e do coletivo,
é a solidariedade,
paz de sabedoria
atuando sem ódio,
o mais letal
de todos os venenos –
cada gentileza um antídoto,
cada emanação de amor
uma prevenção.
caminhando
como uma criança,
de mãos dadas
com cada uma de suas células,
carrega em sua marcha
a síntese dos sentimentos,
propósitos e realizações
dos seres que a compõem.
A saúde
é a harmonia do corpo,
cada órgão pulsando
em consonância,
instaurando
um organismo genuíno,
beleza que brota
da feliz união
de todos os raios
da fonte luminosa.
O pulso de saúde,
do indivíduo e do coletivo,
é a solidariedade,
paz de sabedoria
atuando sem ódio,
o mais letal
de todos os venenos –
cada gentileza um antídoto,
cada emanação de amor
uma prevenção.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
O "palanque whatsapp" e o "pensamento fast-food"
Tornou-se comum, no whatsapp, o compartilhamento de textos, que são repassados de grupo em grupo – como é o caso deste aqui.
Muitos deles versam sobre política.
Esse é um assunto que interessa a todos, já que a política diz respeito ao que é de interesse público. Assim, é da maior importância que haja compreensão plena dos textos que cada um compartilha com seus grupos.
Muitas vezes me pergunto se essa compreensão é sempre clara para todos os que repassam tais textos. Em geral, são textos críticos, de tom exaltado – e é fácil entender por quê.
Os governos, em todas as suas esferas, executiva, legislativa e judiciária, estão, de fato, em um nível muito baixo de qualidade, de justiça e de honestidade, e, portanto, merecem muitas críticas.
(Para dizer o mínimo.)
Além disso, sempre há opiniões diferentes sobre que programas devem ser executados, e é saudável estabelecer um diálogo sobre que direção os governos devem tomar.
Mas me parece que, em muitos desses textos, o que provoca a simpatia dos leitores, e seu repasse a outros grupos, é um “tom” geral que os permeia. Um “tom” que dá a impressão de ser “contra” este ou aquele partido, este ou aquele programa de governo.
E, assim, tomando-se o “tom” como oposição ao que se considera equivocado ou injusto, todas as minúcias, todos os detalhes do texto, acabam passando como verdades, que “consumimos” e adotamos sem muita reflexão.
A própria natureza do whatsapp (e também do e-mail, onde textos do tipo também circulam) é a da velocidade. Instantes depois de recebermos cada mensagem, novas mensagens aparecem, e passamos rapidamente de uma a outra. Além disso, recebemos as mensagens no meio dos nossos afazeres cotidianos, então é difícil se demorar em cada uma delas.
Mas essa velocidade pode impedir que haja uma compreensão mais exata de cada uma das afirmações dos textos, sendo absorvido apenas o “tom” deles. A compreensão demanda um certo tempo, pois é necessário refletir sobre o que é lido.
Muitas vezes as afirmações presentes nos textos possuem implicações que não são claramente percebidas. E, desta forma, vai se formando uma opinião pública, que é baseada na repetição de pensamentos, e não na reflexão autônoma sobre eles.
É como se estivéssemos sendo consumidores de pensamentos “fast-food”.
E esse é um tipo de pensamento que não nutre a nossa mente. Um tipo de pensamento que não a fortalece. Um tipo de pensamento que não contribui para nossa evolução como sociedade.
Pois é um tipo de pensamento em que, ao invés de pensar, nós “somos pensados”.
E os autores dos textos acabam arregimentando simpatizantes, aproveitando um sentimento de indignação legítimo para, subliminarmente, disseminar opiniões que lhes interessam. Opiniões, muitas vezes, enganadoras, falaciosas, com implicações imprevistas, baseadas em supostos “fatos” que, se fossem checados, se revelariam falsos.
Tomando este próprio texto como exemplo, consideremos:
Há, em algum momento, uma crítica direcionada a este ou aquele partido, a este ou aquele programa de governo? Ou é somente o “tom” do texto que dá essa impressão?
Pois o que tento dizer não é que este ou aquele partido está certo, este ou aquele programa é desejável ou não, esta ou aquela opinião é correta ou errada.
A questão, aqui, é entender com profundidade o que estamos lendo. E, assim, ter mais poder sobre nosso próprio pensamento. Poder para formar opiniões mais claras. Mais consistentes. Mais embasadas. Mais refletidas. E, no fim das contas, mais fiéis à nossa própria maneira de ver o mundo.
E, assim, poder estabelecer diálogos mais produtivos, que transcendam o nível das ofensas e atinjam o nível da busca clara, e ao mesmo tempo firme, daquilo que deve nortear a política do nosso país, do nosso estado, da nossa cidade.
Lembrando sempre que o respeito à opinião do outro é indispensável para a democracia e para o avanço de nossa sociedade. Não é desqualificando o outro que se evolui, mas através da participação consciente e do diálogo produtivo.
E diálogo é diferente de dois monólogos se enfrentando.
Ouvir, abrindo-se para entender e refletir sobre o que se ouve, é tão importante quanto falar.
Protestar é fundamental para a melhora da nossa sociedade, mas é o protesto com pleno conhecimento de causa que pode garantir uma melhora verdadeira.
Muitos deles versam sobre política.
Esse é um assunto que interessa a todos, já que a política diz respeito ao que é de interesse público. Assim, é da maior importância que haja compreensão plena dos textos que cada um compartilha com seus grupos.
Muitas vezes me pergunto se essa compreensão é sempre clara para todos os que repassam tais textos. Em geral, são textos críticos, de tom exaltado – e é fácil entender por quê.
Os governos, em todas as suas esferas, executiva, legislativa e judiciária, estão, de fato, em um nível muito baixo de qualidade, de justiça e de honestidade, e, portanto, merecem muitas críticas.
(Para dizer o mínimo.)
Além disso, sempre há opiniões diferentes sobre que programas devem ser executados, e é saudável estabelecer um diálogo sobre que direção os governos devem tomar.
Mas me parece que, em muitos desses textos, o que provoca a simpatia dos leitores, e seu repasse a outros grupos, é um “tom” geral que os permeia. Um “tom” que dá a impressão de ser “contra” este ou aquele partido, este ou aquele programa de governo.
E, assim, tomando-se o “tom” como oposição ao que se considera equivocado ou injusto, todas as minúcias, todos os detalhes do texto, acabam passando como verdades, que “consumimos” e adotamos sem muita reflexão.
A própria natureza do whatsapp (e também do e-mail, onde textos do tipo também circulam) é a da velocidade. Instantes depois de recebermos cada mensagem, novas mensagens aparecem, e passamos rapidamente de uma a outra. Além disso, recebemos as mensagens no meio dos nossos afazeres cotidianos, então é difícil se demorar em cada uma delas.
Mas essa velocidade pode impedir que haja uma compreensão mais exata de cada uma das afirmações dos textos, sendo absorvido apenas o “tom” deles. A compreensão demanda um certo tempo, pois é necessário refletir sobre o que é lido.
Muitas vezes as afirmações presentes nos textos possuem implicações que não são claramente percebidas. E, desta forma, vai se formando uma opinião pública, que é baseada na repetição de pensamentos, e não na reflexão autônoma sobre eles.
É como se estivéssemos sendo consumidores de pensamentos “fast-food”.
E esse é um tipo de pensamento que não nutre a nossa mente. Um tipo de pensamento que não a fortalece. Um tipo de pensamento que não contribui para nossa evolução como sociedade.
Pois é um tipo de pensamento em que, ao invés de pensar, nós “somos pensados”.
E os autores dos textos acabam arregimentando simpatizantes, aproveitando um sentimento de indignação legítimo para, subliminarmente, disseminar opiniões que lhes interessam. Opiniões, muitas vezes, enganadoras, falaciosas, com implicações imprevistas, baseadas em supostos “fatos” que, se fossem checados, se revelariam falsos.
Tomando este próprio texto como exemplo, consideremos:
Há, em algum momento, uma crítica direcionada a este ou aquele partido, a este ou aquele programa de governo? Ou é somente o “tom” do texto que dá essa impressão?
Pois o que tento dizer não é que este ou aquele partido está certo, este ou aquele programa é desejável ou não, esta ou aquela opinião é correta ou errada.
A questão, aqui, é entender com profundidade o que estamos lendo. E, assim, ter mais poder sobre nosso próprio pensamento. Poder para formar opiniões mais claras. Mais consistentes. Mais embasadas. Mais refletidas. E, no fim das contas, mais fiéis à nossa própria maneira de ver o mundo.
E, assim, poder estabelecer diálogos mais produtivos, que transcendam o nível das ofensas e atinjam o nível da busca clara, e ao mesmo tempo firme, daquilo que deve nortear a política do nosso país, do nosso estado, da nossa cidade.
Lembrando sempre que o respeito à opinião do outro é indispensável para a democracia e para o avanço de nossa sociedade. Não é desqualificando o outro que se evolui, mas através da participação consciente e do diálogo produtivo.
E diálogo é diferente de dois monólogos se enfrentando.
Ouvir, abrindo-se para entender e refletir sobre o que se ouve, é tão importante quanto falar.
Protestar é fundamental para a melhora da nossa sociedade, mas é o protesto com pleno conhecimento de causa que pode garantir uma melhora verdadeira.
sábado, 31 de janeiro de 2015
Evolução
Ouvimos, com certa frequência, a frase “não sou perfeito”. Poucos de nós ousariam afirmar o contrário.
Meu pai costuma dizer que o ser humano não é perfeito, mas é perfectível. Eu interpreto essa frase como uma indicação de que, apesar de nunca podermos chegar a ser perfeitos, podemos sempre evoluir. Sempre nos tornarmos pessoas melhores.
Uma de nossas tendências mais comuns, que tem a ver com a sensação de sermos perfeitos, é a de condenar os outros.
Essa tendência também provém do nosso desejo de evolução, pois parte de uma percepção de algo que não está bom. Porém, ela não costuma ser produtiva. A condenação, neste sentido específico, é diferente da crítica, pois se dirige à pessoa, e não ao comportamento ou à ideia.
É impossível sermos humanos e vivermos sem crítica. Se não fosse assim, não evoluiríamos, já que consideraríamos tudo perfeito como está. E nosso impulso de melhorar não combina com tal crença. Só temos que saber usar a dose certa, nos momentos certos, pois a crítica, em excesso e mal colocada, pode ser opressiva, e terminar não contribuindo para evolução alguma.
E isso vale para todos nós.
A evolução coletiva sempre passa pela evolução pessoal. Se queremos uma sociedade mais amorosa, ou pelo menos mais solidária, mais justa, mais honesta, mais responsável, é preciso que cada um de nós se torne mais amoroso, mais solidário, mais justo, mais honesto, mais responsável.
Geralmente, tendemos a achar que já somos tudo isso. E que o problema é que os outros não são. E, como não temos poder sobre o outro, não temos como contribuir para melhorar nossa sociedade. Eu tendo a pensar que, mesmo se quisermos considerar que temos um caráter superior ao da maioria, sempre podemos melhorar-nos ainda mais.
E é como se, cada um evoluindo, levasse os outros consigo, juntos, como cada gota acompanha outras em uma onda do oceano.
Pois somos seres relacionais.
Independente da qualidade de nosso caráter de hoje, se o melhorarmos ainda mais, inevitavelmente influenciaremos de forma ainda mais positiva os que estão à nossa volta. E estes, por sua vez, influenciarão mais positivamente os que estão à volta deles. E toda essa positividade se difundirá pela sociedade e nos tocará novamente, numa nova onda.
Para fazer parte deste oceano de evolução, não precisamos esperar que os outros mudem. Que os outros se tornem melhores.
Muitos talvez o pensem, possivelmente sem ter consciência disso. E, então, agem de forma arrogante e desdenhosa com os outros. Mas, para a maioria de nós, a consciência das próprias limitações é bastante clara - mesmo que possa ser perdida neste ou naquele momento de distração, em que nos consideramos infalíveis, donos da verdade, irrepreensíveis.
Meu pai costuma dizer que o ser humano não é perfeito, mas é perfectível. Eu interpreto essa frase como uma indicação de que, apesar de nunca podermos chegar a ser perfeitos, podemos sempre evoluir. Sempre nos tornarmos pessoas melhores.
Uma de nossas tendências mais comuns, que tem a ver com a sensação de sermos perfeitos, é a de condenar os outros.
(Não se trata, aqui, das condenações de cunho judicial, que devem, evidentemente, resultar em punições e - o que ainda precisa ser mais desenvolvido - processos de ressocialização)
Essa tendência também provém do nosso desejo de evolução, pois parte de uma percepção de algo que não está bom. Porém, ela não costuma ser produtiva. A condenação, neste sentido específico, é diferente da crítica, pois se dirige à pessoa, e não ao comportamento ou à ideia.
Quando condenamos alguém, é como se colássemos o comportamento condenável, ou a ideia que consideramos falsa ou absurda, à sua personalidade. Como se não houvesse espaço para a evolução, para a melhora, para o diálogo. A crítica, ao contrário, ou pelo menos a crítica verdadeiramente construtiva, mira o comportamento ou a ideia, e não a pessoa.
É impossível sermos humanos e vivermos sem crítica. Se não fosse assim, não evoluiríamos, já que consideraríamos tudo perfeito como está. E nosso impulso de melhorar não combina com tal crença. Só temos que saber usar a dose certa, nos momentos certos, pois a crítica, em excesso e mal colocada, pode ser opressiva, e terminar não contribuindo para evolução alguma.
Faríamos bem em praticá-la apenas quando fosse de fato contribuir positivamente, sempre com respeito, serenidade e espírito amistoso, além de nunca esquecer de reconhecer, valorizar e elogiar as atitudes louváveis - assim elas serão estimuladas.
Quando usamos a faculdade crítica direcionando-a somente ao outro, e nunca a nós mesmos, estamos nos impedindo de evoluir, tanto como indivíduos quanto como sociedade. E, para direcionar nossa faculdade crítica a nós mesmos, precisamos ter humildade. Precisamos ter a percepção de que não somos perfeitos, mas que somos perfectíveis. O meu comportamento de hoje pode ser condenável, ou pelo menos, de algum modo, imperfeito, e meu pensamento pode ser inconsistente e equivocado. Mas, como membro da humanidade, eu tenho um valor essencial, que me permite superar esse comportamento ou modo de pensar, e me tornar uma pessoa melhor e mais ponderada.
Quando usamos a faculdade crítica direcionando-a somente ao outro, e nunca a nós mesmos, estamos nos impedindo de evoluir, tanto como indivíduos quanto como sociedade. E, para direcionar nossa faculdade crítica a nós mesmos, precisamos ter humildade. Precisamos ter a percepção de que não somos perfeitos, mas que somos perfectíveis. O meu comportamento de hoje pode ser condenável, ou pelo menos, de algum modo, imperfeito, e meu pensamento pode ser inconsistente e equivocado. Mas, como membro da humanidade, eu tenho um valor essencial, que me permite superar esse comportamento ou modo de pensar, e me tornar uma pessoa melhor e mais ponderada.
E isso vale para todos nós.
A evolução coletiva sempre passa pela evolução pessoal. Se queremos uma sociedade mais amorosa, ou pelo menos mais solidária, mais justa, mais honesta, mais responsável, é preciso que cada um de nós se torne mais amoroso, mais solidário, mais justo, mais honesto, mais responsável.
Geralmente, tendemos a achar que já somos tudo isso. E que o problema é que os outros não são. E, como não temos poder sobre o outro, não temos como contribuir para melhorar nossa sociedade. Eu tendo a pensar que, mesmo se quisermos considerar que temos um caráter superior ao da maioria, sempre podemos melhorar-nos ainda mais.
E é como se, cada um evoluindo, levasse os outros consigo, juntos, como cada gota acompanha outras em uma onda do oceano.
Pois somos seres relacionais.
Independente da qualidade de nosso caráter de hoje, se o melhorarmos ainda mais, inevitavelmente influenciaremos de forma ainda mais positiva os que estão à nossa volta. E estes, por sua vez, influenciarão mais positivamente os que estão à volta deles. E toda essa positividade se difundirá pela sociedade e nos tocará novamente, numa nova onda.
Para fazer parte deste oceano de evolução, não precisamos esperar que os outros mudem. Que os outros se tornem melhores.
Sejam esses outros os políticos corruptos, os empresários gananciosos, os chefes tiranos, os familiares e colegas de convivência difícil, os profissionais desonestos, os estranhos mal-educados, ou quem quer que seja.
Para fazer parte deste oceano de evolução, só precisamos nos tornar uma de suas gotas. Melhorando a nós mesmos, melhoraremos o mundo.
A cada dia um pouco mais.
Para fazer parte deste oceano de evolução, só precisamos nos tornar uma de suas gotas. Melhorando a nós mesmos, melhoraremos o mundo.
A cada dia um pouco mais.
domingo, 25 de janeiro de 2015
Fortaleza
Eu construo minha fortaleza com tijolos de força e cimento de amor, executando o projeto traçado na folha do mundo com o lápis da minha alma. Coloco-me a serviço da engenheira sabedoria, que, generosa, orienta os que a buscam no alegre labor. Meu corpo trabalha no ritmo da harmonia, minhas mãos abrindo as janelas da paz. Da torre, derramo o canto da beleza, e, no solo, abro as portas pisando a terra da comunhão.
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