Não sei se estou
falando para os túmulos
se me ouvem
unhas e cabelos
que seguem crescendo
lado a lado
com os vermes
em corpos nauseabundos
Talvez minhas palavras
estejam há muito
decaídas
empoeirando as casas
mal assombradas
pelos espíritos doídos
das desventuras
de outras vidas
Soando barítonas
e cadavéricas
sob aplausos
e estalos inaudíveis
pedaços de ossos espalhados
entre mãos dadas
e velas retorcidas
Outra voz porém
não tenho
se todo sentido
finda obsoleto
serei um lembrete
em forma de fantasma
de quando se precisava
de alertas
e do passar do tempo
Se uma alma viva
meus discursos tocam
festejemos anacrônicos
em meio a cores novas
quem sabe nosso coro
como suave contraponto
pelo vento carregado
atinja uma dimensão precisa
que o presente renegava
3 comentários:
Muito bom, Edu!
Só mesmo a habilidade de um poeta para conseguir dar beleza a imagens mórbidas e nelas conseguir uma expressão tão eficaz.
Abraço!
Luís Fernando
É... diferente. Umtanto quanto sombrio. Não sei se foi eu que não entendi, não ando muito reflexiva. Mas mesmo assim você sempre compõe um texto gostoso de ler!
Abraços
oi Carlos Eduardo, até que enfim tô aqui. Adorei o "Alguém me ouve a menos de sete palmos?" se der imprima-o para conversarmos mais. Virei outras vezes. UM abraço, Clarisdina
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