N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

quinta-feira, 21 de junho de 2012

a romper os ardis do medo vão

me vejo às voltas
comigo mesmo

(habito uma prisão sem grades
sem correntes a ofuscar
a mobilidade
das articulações)

da fonte sem lugar
que pulsa sem cansaço

em mim

renovo os votos
da fidelidade mais crucial

(o amor não é mais que a vida
a vida é movimento

e sempre pede

doce ou austera
reservada ou sonora)

penso no que sinto
sinto o que penso

nas bordas da compreensão

e decido

(na velocidade da luz
que de dentro de mim
se solta
e de fora de mim
me penetra

ubíqua
e imperiosa)

tenho enfim chaves intangíveis
o segredo das ilusões
a pólvora do alerta

mancando ainda
atravesso o invisível

Nenhum comentário: