orienta-me
sábio dia
nesta esfinge
obscuro néon
de vermelhos
e liláses
cujo sentido
não distingo
através
do meu porre
existencial
confundem-me
vozes baratas
atordoado
por números
saltitantes
e cantilenas
astuciosas
permeadas
de sorrisos
a prometer
bem armados
de velhas
ressonâncias
com néons
de mesmerizante
coloração
ruas
noturnas
com despreocupados
movimentos
como a chamar
insones crianças
para brincar
em parques
ermos
livres
de atentados
ao pudor
de integridades
corpóreas
quero
embriagar-me
às quatro da manhã
e tropeçar
incólume
pela cidade
que me deita
com glicose
e café
extra-forte
o único fogo
do silêncio
nas camas
dentro
de portas
e voluntários
gemidos
orienta-nos
sábia manhã
e nossas janelas
inteiriças
e resolutas
no cerne
da dignidade
não precisarão
de repelentes
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