Uma estória não me foge da cabeça.
Desenrola como tapete lilás,
compassando o balanço dos meus pés,
bailarina em brasa a conduzir acorde e vinho.
Todo o chão se colore em música,
tons menores verberando em cordas sustenidas,
bandeira leve tremulando na brisa alecrim.
Ao longe o mar o espera,
interseção de dia e madrugada,
tempo e nota deslizando como sangue ralo,
caranguejo em pele brotando inverso na areia.
A espuma quebra a cada passo, sal preservando,
horizonte de amor em voo
e beleza fraturada sob palha e chuva.
* Fotograma de Abril Despedaçado, de Walter Salles (2001)
Um comentário:
Lindo que é este poema.
Inspiração sedosa.Parabéns.
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