Miragem,
visão de fora sem dentro,
confiança infantil
em exatidões sonhadas
sem serrar os olhos.
Luminosidade,
condensada em condutos
penetrando, na acuidade de navalha
polida, glóbulos de instabilidade
desmascarada,
escorrendo viscos de encaixes perfeitos,
frágeis como areia úmida
que se atira em lente abafada.
Imagem,
lúcida opaca,
fisionomias em milímetro
a cada piso rodadas,
tremor rumando ao horizonte,
separação de terra, vácuo
e água.
Um comentário:
Este título provocou-me algum arrepio ..:), mas achei o poema acutilantemente bem construído, acabando por encerrar alguma beleza num "olho da aranha".
"A visão das aranhas-saltadoras é ainda mais extraordinária do que se pensava.Considerando o pequeno tamanho destes olhos, isto demonstra uma eficiência admirável.E há uma possibilidade de que muitas das decisões são feitas mais próximas do nível da retina do que do cérebro".
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