Perco-me em sua úmida íris.
Não posso atravessar sua física constituição,
parece-me infinita em seus desenhos mínimos,
imprecisos à minha pobre apreensão.
Nunca saberei de antemão sua gentil pontaria.
Seguirei e me escapará, como partículas incertas,
brindando-me numa volta imprevista
com sua generosidade esquiva.
Deito-me para o céu entre o noturno,
as estrelas se movem, à minha revelia me derramam sua dança.
Estendo em meu entorno uma luz transparente.
Planto armadilha prateada e te sussurro,
aponto a captura, ofereço tangentes,
você cala;
insidiosamente escorrega o seu abismo
nos meus olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário