Os andantes estão deitados:
bênçãos caem sobre a cidade
como chuva fina modulando o sono,
no sereno refletindo o azul-escuro do céu.
Escondidos nas batidas que não se ouve,
os sonhos se infundem de umidade,
nutrindo as imagens do tom delicado
que sopra o amor como um sussurro.
Anjos discretos se expandem,
guardando a enorme vila em sutil
inspiração,
cansando as asas no atrito do ar
que não acolhe plena sua descida.
Insistindo no descabido propósito,
absorvem, num retorno efêmero ao sol,
o peso dos abismos,
derramando-se oblíquos
como impalpável perfume
no fundo do ser.
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