I
A discrição da bondade
Os anjos não são alegres
– imortalmente assistindo
com lupas os que guardam
a fraturar-se tolamente –
prisioneiros por escolha
do sol que neles pulsa
e que são,
rompendo em gêiser
sua individualidade coroada
numa inteireza sem bordas,
privados de tato assoprando
venturas débeis
de um transparente rarefeito,
fulgindo no canto esquecido
sua resiliente e doída
paz.
II
Interstício
variação em torno de uma rosa
Um fio em forma de caule
fura o cimento e respira
indiferente ao improvável.
Um comentário:
Quando se está neste blog, a sensação que se tem é de "proibição" de falar alto...apenas "susurrar"; falar muito baixinho, para não acordar as palavras. elas acordam-nos também com susurros...ha uma sensação de respeito implícita e exigivel quando se entra aqui.
ouve-se o barulho da água
o cinzelar da pedra
sonha-se com o concreto
parabéns!
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