O seu sorriso
é uma ávida ampulheta,
um fulgor fugidio
roçando, remoto e tênue,
os meus plácidos olhos.
Numa tácita conformidade,
eles se integram na viscosidade
plástica de sua impermanência
e na plenitude do fluxo
que expira todas as coisas,
inspirando sempre, num
rebelde movimento, novas
e distintas formações.
Envolvido pelo cálido fragor
do sol em seu rosto cravado,
me transfiguro em poeira
numa explosão enfática,
e alço voo reproduzindo
jubiloso o paciente escorrer
do fugaz imorredouro.
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