eu vejo
na interseção
do seu olhar
com o meu
o ditoso
e perigoso
desconhecido
a beleza
aterradora
do desfiladeiro
em cada ponto
de contato
a poeira
rebelde
que dança
sossegada
e despercebida
o salto
sem razão
teimosamente
reiterado
o encontro
sempre
provisório
escorregadio
e precário
a comunicação
por fonemas
que se desmancham
no vento
antes mesmo
de se compor
em palavras
a certeza
de querer
uma
e outra vez
decifrar
as lufadas
as brisas
os sopros
tirar
sangue
e carne
do espaço
vazio
Nenhum comentário:
Postar um comentário