N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

escorregando arranha-céus

números perdidos
em bolsas
(abstrações)
entre confusão
de chaves
rasgadas
e lenços
afiados

frenesi
de simbioses
hipertensas
com painéis
e matemáticas
escusas

nas ruas
derrapando tumultos
faixas
com letras de ordem
sufocadas
nos gases e nas lágrimas

exalando
(contra) choques
e hífens
vermelhos

fatigadamente
a ociosidade sangra
ingratos quadrados
em papel-jornal
evaporando
joelhos drenados

num círculo
resistente a desvios

mochilas
leves
de pesadas
crianças
refreando
no vazio
discretas
revoluções

homens
sem reflexo
calculando
(mercados)
futuros
suicídios

enquanto zigotos
incautos
esperam
a sua vez

novas tentativas
se seguem
até acertar
(quão distante)
o propósito
de todas
as ações

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