N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Não há muros que protejam festas ao ar livre

Palavras
em mesmerizante brisa
a exalar de carbono
monóxido,
ganhando aroma de nobreza,
suando
reses encilhadas
na ignorância arquitetada,
urdida nos porões a céu aberto
de arranhantes coberturas,
em que uísque e água
demarcam, em clareza dissimulada,
sua distinção, contraste sujo,
com a secura inane,
a fome sem norte,
e a miopia deslumbrada.

Faíscas aguardam
enquanto o oxigênio arregimenta
a precipitação
de lágrimas torrencias,
filhas da beleza
do nítido amanhecer.

Explosões molhadas
tornam bolsas em mochilas,
balbúrdias em diálogos
e ferimentos mútuos
no aprendizado difícil da ideia
e do convívio valorado.

Sob lânguidos uivos,
sedentos sulcam emaranhados
cortando vias improváveis,
no estertor da brasa,
pés queimados cicatrizando
na lida, quiçá malograda,
necessária
como veias desimpedidas.

Nenhum comentário: