no epicentro
dos desentendimentos
a perplexidade
como uma faca invade
minhas certezas
lentes justas
partidas no chão
ouvidos tontos
da dança escura
das versões
palavras como ventos
oscilam raízes
cujos cheiros
me confundem
relampeando ódios
sobre galhos
secos de fertilidade
folhas cinzas
e dores inflamáveis
restarão florestas
ao esgotar das desavenças
sobrará movimento
na seiva exausta
e nos caules implodidos
dúvidas ao cubo
entorpecendo o rumo
demandando frequências
sem receptor
piso firme
o asfalto encharcado
desviando poças
com as solas lisas
do abalado discernimento
o norte me espera
enquanto míope
com uma lanterna vagueio
primeiros socorros
no bolso de trás
o único
que não rasgou
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