Não me surpreendem mais
os espetáculos vermelhos,
os gritos de vidro
como sussurros brutos
isentos de lacrimejar
e de arrepio,
sobre um palco com cheiro
de flor e de estrume.
Nada além de personagem,
separo lixo e papel,
improviso unguentos,
caminho feliz
com olhos lacerados.
Meu peito,
em serena agonia,
abraça e contrai,
mas não implode:
sou a alegria rebelde,
sou a vida na morte.
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