eu sopro ventos de paz
acarinhando os que têm paz
quebrando afiados
máscaras
de violentos parasitas
restando gosmas
adubo
penetrando machucados
de hereditários desprezos
brotando flores fugazes
débeis intentos de cor
logo fanando
como olhos inanes
da beleza
que se achega da pureza
do gesto da criança
que dá feliz
e se dá
eu sopro
ventos de paz
voando folhas mortas
bailando em rituais
que não enxergamos
a olho nu
quando chega
o frio desolado
é preciso arrancar
raízes combalidas
plantar ervas
com o auxílio de lareiras
compor unguentos
para futuras florações
ventos de paz
soprando
entre muitos ventos
ventando ao relento
no ar que circula
em todos os pulmões
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