As chamas me tomaram,
nu em frente ao espelho
que estala afiado,
com seus estilhaços gélidos
penetrando meus olhos
flamejados.
Sangue branco,
de quem revolve
tripas vãs
num cacoete
desgastado.
Finíssimas veias,
crateras de íris,
buracos negros
e centrípetas cegueiras
renovando visões lassas
em imagens táteis
e certeiras.
A fumaça,
vapor de cores
desmanchando
e reunindo
formações
inesperadas
e sorrateiras.
As labaredas
consomem brumas
evaporando cinzas excessivas
em meio a sombras e clareiras,
adormecendo alertas
ao crepitar soslaio
de torpores diurnos,
sonhos esgarçados
e pesadelos fecundos.
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