N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um diamante no céu campestre de fevereiro


a Mari e Pedro

A brancura de uma vela
de pavio firme e chama branda,
que, açoitada pelo vento,
flama intensa e não se apaga,
cera sempre renovada
por lágrimas fecundadas pela beleza
e risos brincando entre palavras
doces, ou fortes, sempre bem aventuradas,
vontade prenhe de acolher,
saltos corajosos, a olhos estranhos, perigosos,
seguros dentro do peito
e amparados por braços cuidadosos,
ainda que doídos, salvos
e confiantes nos poderes curativos
de cada pequeno gesto,
florindo o lar com cores e perfumes,
e mesmo no choque um mútuo recriar,
como o exemplo de anciãos nobres
limando o vínculo de insignificâncias atrevidas,
colocando no justo lugar cada ponto,
cada traço, cada figura
e, numa concentração cristalina,
modelando o amor como um diamante,
inquebrado e preservado
no espaço intangível de uma ligação
feliz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Beleza é tudo aquilo que nos pode fazer sentir mais bonitos por dentro.Este poema possui esse predicado.Obrigada por este instante de beleza, permitido pela leitura do seu poema.