N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

domingo, 29 de setembro de 2013

Dançamos,
de círculo em círculo,
em tangentes furando
a pele inóspita e dura
de nossos despercebidos
receios,
faiscando a confiança
leve dos gestos,
túmida e generosa
no paciente avanço
das horas,
árvore a desfolhar
germinando próxima
floração.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cria em você

Deita sob o sol da manhã,
   querida,
que o sol da manhã é silêncio e
   brandura.

Ouve o vento na folhagem,
   querida,
que o vento o leve te
   sussurra.

Pisa firme a terra úmida,
   querida,
que a terra úmida firme te
   segura.

Debruça em mim o peito represado,
   querida,
que em mim seu peito deságua e se
   atenua.

Contempla em você a vida e sopra,
   querida,
cria em você a vida que caminha e
   fulgura.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Mensagem de garrafa no oceano das razões

Quero escrever com enredo. Deslizar nas consciências, abrir o céu dentro orvalhando flores. Com a força de uma gota sobre a pele, eriçar desejos de sorriso e olhos alegres na praça. Até onde irá o meu sopro despercebido? Lavar os rios e nadar na chuva das avenidas. No alto um reflexo de azul claro e destoantes saudando. A vereda comprida serpeante cheia de bichos escorregadia espinhosa difícil e bela. Felicidade no enfrentamento e suavidade bem nutrida na estrutura armada. Desvio-me das flechas, reciclo em utensílios e tipografia. A gaze não falta e vacinas surgem debilitando absurdos. A loucura vital da revolta que não machuca e ordena os atos que pisam a terra. A inocência escolada de quem desiludido vai. E vai.