N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

domingo, 30 de dezembro de 2012

Por um 2013 com muitos xeques



Nós morremos a cada momento.
A cada hora.
A cada dia.

Nós nascemos a cada dia.
A cada hora.
A cada momento.




Notemos a Morte ao nosso lado, a todo instante.



Sigamos seu conselho, viva,
enquanto não nos conduz ao Desconhecido.



Deleitemo-nos no tempo incerto que respira à nossa frente. 

O xeque-mate é Meu e te aguarda sorrateiro, Ela avisa.



Mas os xeques estão em nossas mãos e em nossos espíritos.



Multipliquemo-los até o fim, embora o Rei não se abata.

Dar xeques não chega a ser enganá-La.



A cada vez que A ameaçamos, ainda assim, estamos ganhando a partida.




Ser pleno é jogar inteiro no fluir dos movimentos.

Um rei que luta até o fim, abraçando a falta de qualquer alternativa, a incorpora, plenifica-se no espaço vazio.



Dancemos, de mãos dadas, jorrando o canto belo e o sublime gorjeio.


* Fotogramas de O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman (1957)

Um comentário:

Gelly A. disse...

A-do-rei a mescla de texto e imagens do filme, essa obra-prima do Bergman! O blog está lindo! Quem dera pudéssemos ouvir, em todos os momentos, essa sua reflexão, que é também do filme, claro, antes de nos abatermos por qualquer coisa...