Mulher sentada num banco de praça,
emoldurada por fontes, olhar no vazio
O fotograma vivo no espelho dos meus olhos,
abandonado no vento, obliquamente me fere.
Sussurra-me promessas, aventa um tempo sustado –
não me engana já, nasce e perece de uma vez
seduzindo por puro deleite, espirituoso e incompleto,
rastro de sutilezas e impressões desmanchando.
Meus pés se moldariam em correntes –
não alcançarei em momento ou posto
esta mulher que chamo de minha
numa solução inadequada e manca.
Não possuo o que me foge no instante,
não possuo o perene escape, não possuo o jamais.
Possuir é verbo inconjugável.
Persigo ainda o seu olhar que nada vê e tudo cria,
perco agora e perco sempre sem ter tido embora.
Escarvo o que não sei se virá, inquieto poema em pele –
não capturo a silhueta do que imprecisamente vejo,
não concluo, nada me obedece no concerto de formas.
Amparo-me no incerto que é solitária certeza,
cedo e me entrego em favor da imersão –
celebro o que não se curva ao meu pincel.
Você se esvai em melodia agora, você se vira e me olha,
na candura do sorriso desenha um lembrete do seu desdém.
N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond
domingo, 28 de setembro de 2014
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Citação: Alice A. Bailey (1880-1949)
"Eu ressalto aqui que o verdadeiro amor ao grupo nunca se manifesta como ódio ao indivíduo. Ele pode resultar no impedimento das suas atividades ou empreendimentos, quando isso é considerado desejável em vista do interesse do todo, e se o que ele está fazendo é visto como um dano ao bem coletivo. Mas o impedimento não será destrutivo. Será educativo e terá a evolução como resultado."
O destino das nações
(1949)
Alice A. Bailey
(1880-1949)
- Tradução minha
Considero muito benéfico manter essas ideias em mente, especialmente nestes tempos pré-eleitorais, em que pode haver uma tendência mais a odiar o adversário do que a amar o coletivo.
O destino das nações
(1949)
Alice A. Bailey
(1880-1949)
- Tradução minha
Considero muito benéfico manter essas ideias em mente, especialmente nestes tempos pré-eleitorais, em que pode haver uma tendência mais a odiar o adversário do que a amar o coletivo.
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