Você pode,
com a potência da sua fala,
quebrar as águas
da mais sólida confiança.
Somente pulsando
com a sabedoria colhida
no resgate de sua essência,
regada por gratuita afeição,
num parto feliz emergindo
de fecundas profundezas,
o risco da força demandando
a disciplina da ponderação
a submeter todos os anseios,
será fiel à qualidade
de guardiã da inteireza dos seres,
vibrando no âmago das aspirações,
a estabelecer e preservar
o exigente e delicado balanço
de intensidade e comedimento.
N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond
domingo, 26 de abril de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
As asas da pétala
Como uma pétala que só se deve olhar,
você emana a beleza inviolável
que se deixa colher, somente,
pelo jardineiro mais leve e sem apego.
A pétala só à flor pertence;
ainda que colhida numa permissão
generosa, o pólen, com suas asas,
foge sempre, em enlace com o vento.
Seu destino é fecundar,
nas mais longas distâncias,
gerando plenitude de harmonias
e de cores, riqueza gratuita
espargindo, em todos os cantos,
sua alma suave, perfumada,
de força gentil e majestosa.
você emana a beleza inviolável
que se deixa colher, somente,
pelo jardineiro mais leve e sem apego.
A pétala só à flor pertence;
ainda que colhida numa permissão
generosa, o pólen, com suas asas,
foge sempre, em enlace com o vento.
Seu destino é fecundar,
nas mais longas distâncias,
gerando plenitude de harmonias
e de cores, riqueza gratuita
espargindo, em todos os cantos,
sua alma suave, perfumada,
de força gentil e majestosa.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Um lençol de seda
I
A um palmo de distância
seus olhos quase se encontram.
Os movimentos tolhidos
por suas próprias correntes,
contemplam imagens guardadas
nas cavidades mais íntimas.
II
A areia escorre na ampulheta.
O ensaio se findando,
o palco de luzes espera
a presença do ser;
ao primeiro ruído da tábua
o pano se desata.
A um palmo de distância
seus olhos quase se encontram.
Os movimentos tolhidos
por suas próprias correntes,
contemplam imagens guardadas
nas cavidades mais íntimas.
II
A areia escorre na ampulheta.
O ensaio se findando,
o palco de luzes espera
a presença do ser;
ao primeiro ruído da tábua
o pano se desata.
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