Ele se evade pelos poros
e fendas dos dedos mínimas,
como o rio que se atira
e abala, em respingos alados,
o poço plácido e quieto,
irrompendo um novo curso.
Não é próprio
da fúria de sua fluência
estorvar-se nos diques
de rotas e arrefecimentos.
Nele não sobrevivem líquens,
seu fluxo é pesado
como o tempo que tudo carrega
em seu dorso nu,
capturando e devolvendo,
absorvendo e decantando.
Sua fonte é segredo do terreno,
sua única posse é o movimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário