N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Aliança

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Num outro nível de vínculo*


Ele queria que o amor reinasse e que todas as pessoas fossem irmãs. Ela queria que, mais do que irmãs, fossem amigas.

Ela sabia que ter o mesmo sangue não era prova de amizade.

Ele e ela não eram tolos. Sabiam que morreriam sem ver o reinado que desejavam. Sem pertencer a ele.

Ele acreditava que, um dia. Ela acreditava num dia antes. Talvez depois.

O tempo era o aliado, ou o algoz.

Sonhos não precisam ser crenças. Crenças não são certezas, nem convicções.

Ele e ela eram simples. Quando escreviam, expunham-se, arriscavam-se, tentavam-se.

Desnudavam-se.

Não há vaidade quando tudo o que está em jogo é viver.

* "Oração ao tempo", de Caetano Veloso.

Nenhum comentário: