N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

terça-feira, 28 de maio de 2013

Cerco

Um dique caudaloso
se ergue disfarçado
entre as noites.

Sangro tijolos a derreter
num baluarte sem trégua,
trinco furos transviado
tateando por estrias.

Acumulo goteiras,
faço-me trovões,
não me escondo
da cheia que me espreita
enquanto sondo.

2 comentários:

André Foltran disse...

Achei belo, mui belo - é só o que posso dizer sobre esses versos tão íntimos; mais seria invasão.

Grande abraço!

Edu Café disse...

Valeu, André! Seu caderno é bem bacana!
Um abraço.