N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

À beira da estrada, com a geladeira no colo

A ponte ruiu
a chuva quebrou

Nadamos até o fim das nuvens
um minuto e até mais

Fôlego deslizando no concreto partido
beleza torpe pra quem perde o tino

Vendaval em furor indomado
empoeirando o fantasma ubíquo

Bebida doce que arde vã
à procura de limão e sal

Embriaguez da perda estúpida
cegueira súbita do amanhã revolto

Agarrar-se a deus, diz a senhora
melhor seria varrer as capitais

Colocar a sujeira em sacos
e atirar nos caminhões

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