N'água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.

"Entre o ser e as coisas"
Carlos Drummond

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E por falar em imortais...



Eis que, no mesmo dia em que morreu Francisco, nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecido hoje como Allan Kardec. Exatos 578 anos se passaram entre a “desencarnação” de um e a “encarnação” do outro.

Coloco esses termos entre aspas, pois fazem parte do jargão espírita, sendo a diferença mais conhecida entre o espiritismo e a maioria das igrejas cristãs esta: a existência ou inexistência da reencarnação.


Minha posição particular sobre essa questão mudou de curso algumas vezes ao longo da minha vida. A princípio, criança e filho de católicos praticantes, acreditava sem muita ênfase na imortalidade da alma e, que me lembre, nem questionava se havia ressurreição ou reencarnação.


Lá para os 16, 17 anos, descobri o Budismo, e logo abracei a idéia da reencarnação. Passei uns tempos freqüentando uma escola de raiz esotérica, onde todos comungavam essa crença. Mais tarde, abandonei-a. Tornei-me agnóstico. Recentemente voltei ao espiritualismo e à reencarnação.

Não me arrependo de nenhuma dessas fases. Cada uma foi importante, ao seu modo, para o meu crescimento.

Não acredito que a crença ou descrença em algo como reencarnação, ressurreição ou aniquilamento total seja um fator a determinar a boa ou má ventura de uma pessoa. O que conta são os atos e a maneira de lidar com suas conseqüências.

Tampouco alguém provará definitivamente a veracidade de cada uma das hipóteses.

Porém, o que me fascina mais do que as outras possibilidades é mesmo a multiplicidade das vidas. Sem nenhuma base científica para tal crença, abraço-a por essa fascinação. É muito sedutora a idéia de que somos espiritualmente imortais, de que estivemos aqui antes e de que podemos voltar depois, para melhorar.

Conheço, de Kardec, o “Evangelho segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, ambas leituras muito apreciadas. Basicamente, Kardec (ou os espíritos que supostamente ditam o livro) reafirma o cristianismo, mantendo e renovando o seu preceito de “amar ao próximo” e dando uma visão nova dos fatos da história de Cristo, baseada na existência dos espíritos e da multiplicidade das vidas, nos vários mundos que povoam o Universo. Recomendo àqueles que gostam de temas espirituais.

O nosso aniversariante faz hoje 204 anos.

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